Tocha olímpica faz visita simbólica à Irlanda

A chama olímpica iluminou nesta quarta-feira a República da Irlanda em sua única saída do Reino Unido antes dos Jogos Olímpicos de Londres, no dia 27 de julho, em um gesto simbólico de reconciliação entre os dois países.O presidente irlandês Michael D. Higgins acolheu em Dublin a tocha olímpica, que está percorrendo 12.875 km em dez semanas.

O duo de cantores irlandeses Jedward, formado pelos gêmeos John e Edward Grimes, que representou o país durante o Eurovision, percorre Dublin com a tocha olímpica nesta quarta-feira. REUTERS/Ben Birchall/LOCOG/handout

A tocha atravessou a fronteira entre as duas nações carregada pelos ganhadores de medalhas olímpicas de boxe de 1992, Wayne McCullough pela Irlanda do Norte e Michael Carruth pela República da Irlanda, independente desde 1922.

O presidente do comitê de organização dos Jogos Olímpicos, Sebastian Coe, e o ministro dos Esportes irlandês, Michael Ring, estavam entre os espectadores que viram McCullough acender a tocha de Carruth. "Esse é um dia realmente histórico para a Irlanda", disse Michael ring. "Hoje levamos o espírito olímpico ao coração de nossa capital, em presença de uma audiência mundial".

A chama olímpica, que deve permanecer cinco dias em viagem pela Irlanda do Norte, realiza uma incursão na República da Irlanda como sinal da aproximação entre esse país e o Reino Unido, já concretizada pela histórica visita da rainha Elisabeth 2ª em maio de 2011.

Após percorrer Dublin, a tocha retorna à Irlanda do Norte em Newry e Lisburn, antes de ir à capital Belfast.

Em Dublin, o percurso começou no estádio de Croke Park, que abriga jogos irlandeses tradicionais de origem gaélica. A tocha fez em seguida um tour de alguns locais históricos da capital irlandesa, carregada por nada menos do que 40 pessoas, entre elas o ex-jogador de rugby Denis Hickie e o duo de música pop Jedward.

Os organizadores das Olimpíadas de Londres decidiram manter o itinerário da chama olímpica dentro das fronteiras do Reino Unido, com exceção da visita à Irlanda, devido aos incidentes que aconteceram em seu percurso em 2008 antes dos jogos de Pequim, com manifestações a favor do Tibete.

"Foram meses e meses de lobby no mais alto nível internacional para obter a permissão de organizar a etapa no sul" do país, enfatizou Pat Hickey, presidente do Comitê Olímpico da Irlanda.

A visita da rainha Elisabeth 2ª à República da Irlanda no ano passado foi a primeira de um monarca britânico desde a viagem de seu avô George 5°, em 1911, antes que a Irlanda se tornasse independente do Reino Unido.

Considerada como a última etapa no restabelecimento da paz na Irlanda do Norte, a viagem da chama demandou a maior operação de segurança já organizada no país.

Partindo da Grécia, a chama olímpica chegou ao Reino Unido no dia 18 de maio.