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Olimpiadas/Brasil

"A final foi minha luta mais fácil", diz Sarah Menezes

A judoca Sarah Menezes disse neste domingo, durante entrevista coletiva, em Londres, que a luta final que a fez conquistar a primeira medalha de ouro para o judô feminino do Brasil, foi a mais fácil da competição. Controlando o nervosismo e a emoção dos combates iniciais, ela disse ter ficado mais confiante na medalha, depois de ter visto que sua adversária na final seria a romena Alina Dumitru, uma "freguesa"  das brasileiras no tatame.

Sarah Menezes mostra mais uma vez a medalha de ouro, durante entrevista coletiva neste domingo na Casa Brasil, em Londres.
Sarah Menezes mostra mais uma vez a medalha de ouro, durante entrevista coletiva neste domingo na Casa Brasil, em Londres. Foto: Elcio Ramalho/RFI
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Elcio Ramalho, enviado especial à Londres

"A minha luta mais fácil foi a final. Da primeira à quarta tive que controlar a emoção, procurei não errar. A luta em que fui mais agressiva foi a final", lembrou.  Sarah disse ter ficado com mais confiança na medalha de ouro depois de ter visto a vitória da romena Alina, uma adversária que a piauiense tinha vencido nas últimas duas vezes em que se encontraram em competições.

"Senti mais confiança, mas tinha que me concentrar porque ainda precisava passar pela semifinal", disse. "Eu vi que tinha as portas abertas", contou. "Entrei aparentemente tranquila, mas por dentro estava controlando a minha emoção que era muito grande", disse a atleta.

Sobre sua expectativa de medalha desde a chegada à capital britânica, Sarah demonstrou muita convicção:  "Eu acreditei desde o momento que eu cheguei à competição. Eu estava nervosa mas muito confiante. Eu sabia o que eu queria, sabia que eu era uma das favoritas mas tinha que saber controlar a ansiedade, por isso a parte psicologica foi muito importante", admitiu.

Estratégia

"Foi excelente essa conquista. Há 20 anos faltava essa medalha de ouro para o judô e principalmente no feminino. A primeira medalha foi conquistada no dia 28. Estou muito feliz mesmo", declarou a atleta em referência ao dia em que entrou para a história do judô brasileiro com o feito inédito ao conquistar o ouro na categoria até 48kg.

Durante a entrevista coletiva, Sarah Menezes explicou que adotou uma estratégia de apenas focar em si mesma para chegar até a final. "Eu não pensei em ninguém, nem na minha mãe, no meu pai, nem no meu treinador que me formou. Eu só me concentrei em mim mesma porque se não fosse eu ali não sairia meu resultado, desculpe falar isso", disse.

Sarah Menezes afirmou que depois de sua conquista de ouro, lembrou-se de outro medalhista de ouro para o judô brasileiro. " Eu pensei no Aurélio Miguel porque eu ganhei todas as lutas estrategicamente. Eu fui tirar minha dúvida porque sabia que alguém ganhava as lutas desta maneira. Cheguei à conclusão que era ele ", contou.

Sarah Menezes, de 22 anos, também recordou da sua trajetória e evolução desde as Olimpíadas de Pequim quando foi eliminada na primeira rodada. Ela atribuiu o apoio e às muitas viagens ao exterior oferecidas pela Confederação Brasileira de Judô para ter ganhado muita experiência.

“Em Pequim eu entrei de paraquedas, tive poucos meses para treinar e minha carcaça estava muito novinha. Depois minha carcaça foi engrossando, fui melhorando passando para quinto, quinto, terceiro, que eu fiquei um tempo. E pensei, calma… ", lembra a atleta que voltou a homenagear seu primeiro treinador, Expedito Falcão, que a descobriu aos 9 anos de idade.

Sarah também explicou que nunca viu a necessidade de sair do Piauí para treinar porque ali foi  formada uma estrutura com médicos, psicólogo e equipe técnica que permite seu progresso no esporte.

Lembrando que no início da carreita seu pai não a estimulava a seguir no judô, Sarah contou que só continuou no esporte porque prometeu que não iria abandonar os estudos e falou de seus objetivos. " Minha meta é 2016, agora não quero saber de judô, quero cursar a faculdade e melhorar o meu inglês agora porque é ruim viajar e não entender nada", brincou.

Começar de novo

Sarah Menezes dividiu a entrevista coletiva com outro medalhista do judô brasileiro, Felipe Kitadai, que revelou ter dormido muito pouco durante a noite . "Essa noite foi dura. Eu durmi uma hora mas foi bem forçado, eu estava exausto. Até fiquei com medo de dormir e acordar pensando que tudo tinha sido um sonho", disse sorrindo.

Questionado sobre suas referências no esporte, o paulista lembrou de vários atletas no judô e também de um esportista que fez história no automobilismo. "Ayrton Senna é uma referência de vitória, por ser brasileiro", justificou.

Para Felipe, o bronze de Londres deu um estímulo importante para a sequência da carreira. "Para muita gente as Olimpíadas é o ponto final. Para mim é o ponto inicial e 2016 vai ser melhor”, afirmou.

"Vamos iniciar do 1… vai começar tudo de novo. Vamos fazer outra história", completou Sarah Menezes em referência às Olimpíadas no Rio de Janeiro.

Ao final da entrevista coletiva, Sarah e Felipe receberam de presente um prato de brigadeiro e depois conheceram a Casa Brasil, uma estrutura instalada na Sumerset House, na região central de Londres, para divulgar o potencial turístico do Brasil e também as Olimpíadas de 2016.

 

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