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Grécia/Formula 1

Grécia tenta atrair Fórmula 1 para aliviar a crise

Apesar do anúncio de que os cofres públicos gregos estarão vazios no final de novembro, o governo da Grécia aprovou o desbloqueio de 29 milhões de euros (mais de 65 milhões de reais) para cofinanciar a criação de um circuito automobilístico, segundo o jornal francês Le Monde.

Grécia tenta organizar GP de Fórmula 1 para atrair turistas e movimentar a economia
Grécia tenta organizar GP de Fórmula 1 para atrair turistas e movimentar a economia REUTERS/Woohae Cho
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Segundo o cotidiano francês, o circuito seria construído perto da cidade de Patras, no Peloponeso. O anúncio do governo acontece dois meses depois dos Jogos Olímpicos de Londres. Durante as olimpíadas, os gregos debateram o fracasso da organização dos Jogos de Atenas, em 2004, que custaram 13 bilhões de euros (quase 30 bilhões de reais) aos cofres do país, com pouco aproveitamento, por parte da população local, das instalações esportivas. Além disso, o desbloqueio dos 29 milhões de euros para a construção de um circuito de Fórmula 1 suscitou inúmeras críticas em relação ao tempo escolhido para fazer o anúncio.

O governo da Grécia espera que mais de 800 empregos diretos sejam criados durante a construção do autódromo. A criação desses empregos é a principal defesa por parte do governo para receber a Fórmula 1, na região da terceira maior cidade do país, uma das mais afetadas pela crise. A  taxa de desemprego na Grécia se aproxima dos 25% da população ativa.

Apesar da grande necessidade dos gregos por obras de infra-estrutura que acelerariam a economia do país, a oposição ao governo do primeiro-ministro Antonis Samaras diz que o país possui vários projetos engavetados, à espera de financiamento para criar empregos na área da construção civil e da infra-estrutura. Nas ruas de Atenas, a novidade de que o país poderá receber um Grande Prêmio de Fórmula 1 nos próximos 3 anos, não foi bem recebida. O país se prepara para apertar ainda mais os cintos, já que medidas de austeridade da ordem de 11,7 bilhões de euros ( 25 bilhões de reais, aproximadamente) estão sendo negociadas e prevêem ainda mais cortes dos salários e aposentadorias e alta dos impostos.

De acordo com o Le Monde, a estrada que liga Atenas à cidade de Patras ainda está em construção. A obra está paralisada justamente por causa da crise. A via, que serviria como principal acesso dos turistas e fãs da Fórmula 1 para chegarem no circuito, é considerada como uma das mais perigosas da Europa. Depois do anúncio do governo, duas empreiteiras protestaram contra o projeto, alegando que outros dois circuitos já estavam sendo construídos, apesar de não terem sido homologados para a Fórmula 1.

As etapas da Fórmula 1 se tornaram objetos de disputas entre vários países, mas suscitam também grande discussão sobre a rentabilidade em acolher um grande prêmio. A França, por exemplo, não recebe um GP de Fórmula 1 desde 2008 e não dá sinais de que estará no calendário da organização de provas nos próximos anos. A ministra dos esportes francesa, Valérie Fourneyron, indicou que nenhum crédito público será destinado para organizar a Fórmula 1 no país, devido à falta de condições financeiras.

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