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Futebol

Rompido com a França, Ribéry pensa em pedir nacionalidade alemã

Estrela do Bayern de Munique e da seleção francesa, o jogador Frank Ribéry decepcionou seus conterrâneos ao declarar à imprensa alemã que cogita pedir a nacionalidade ao país vizinho, onde joga desde 2007. “Tudo o que dizem na França não me interessa mais”, disparou o craque.

Entrevista de Ribéry ao jornal alemão Bild.
Entrevista de Ribéry ao jornal alemão Bild. Reprodução
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Depois da Copa do Mundo no Brasil, no ano passado, Ribéry anunciou que não jogaria mais pela seleção francesa, alegando a idade – 31 anos – e que preferia se dedicar mais à família e ao clube bávaro, encerrando uma carreira de oito anos, 81 jogos e 16 gols com os bleus.

A verdade é que a copa marcou o rompimento definitivo de Ribéry com o futebol francês. Com problemas nas costas, ele foi cortado da seleção pouco antes de ir ao Brasil. “Isso me machucou muito. Eu fiz tudo pela seleção, fui o goleador das eliminatórias e eles só foram à Copa no Brasil graças a mim”, desabafou Ribéry na entrevista ao jornal alemão Bild. Do lado francês, também há rompimento: “Ribéry? Não falo mais sobre ele”, disparou o técnico dos bleus, Didier Deschamps, no microfone da rádio RMC, na última segunda-feira.

Ribéry agora pretende se aposentar e seguir vivendo na Alemanha, ao lado de sua mulher, a franco-argelina Wahiba, e seus três filhos. “Por que não pedir a nacionalidade alemã? Eu comprei uma linda casa, já vivo com a mentalidade alemã e adoro isso”, afirmou Ribéry que, pela regra, não poderá jamais vestir a camisa da Nationalmannschaft, por já ter defendido outra seleção. Mas o jogador do Bayern tem planos para seu filho: “Saif nasceu em solo alemão, ele pode jogar pela seleção. Nós já estamos treinando no jardim”.

O mais detestado pelos franceses

Além do episódio com a seleção, a relação de Ribéry com seu país de origem foi sendo minada aos poucos por diversos casos polêmicos, ao ponto de ser eleito em uma enquete, em 2011, o jogador “mais detestado pelos franceses”. Um ano antes, em 2010, ele foi interrogado pela polícia em uma investigação de proxenetismo, por ter tido relações com uma prostituta menor de idade. O episódio ganhou o nome de Caso Zahia, em referência ao nome da garota de programa, e foi explorado à exaustão pela imprensa francesa, com direito a entrevista com a prostituta na revista de maior circulação do país, a Paris Match.

O fundo do poço junto à opinião pública francesa chegou em seguida, na Copa de 2010, quando Ribéry foi um dos mentores da greve dos jogadores da seleção em meio à competição na África do Sul, o que ficou conhecido como o Fiasco de Knysna. “Ele está feliz na Alemanha. Não me surpreeende, ele deve gostar de viver lá”, desconversou o presidente da Federação Francesa de Futebol, Noël Le Graët, em uma declaração à radio Sud, sem querer entrar na polêmica.

Apesar da relação estremecida com seus conterrâneos, a entrevista de Ribéry ao Bild acabou incomodando parte dos torcedores franceses. “Estou muito decepcionado. A França deu tudo a ele. Abandonou a seleção quando ainda precisávamos dele”, afirmou um torcedor de 23 anos ao jornal Le Parisien. “Me incomoda o fato de ele virar as costas a seu país. É a prova de que não existe mais patriotismo na França”, lamentou uma senhora, também ouvida pelo jornal nas ruas de Paris. Nada disso, no entanto, deve comover Ribéry. “Não leio mais nenhum artigo da imprensa francesa”, garantiu ele, na fatídica entrevista.

 

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