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Futebol

Apesar do escândalo de corrupção, Blatter deve ser reeleito hoje presidente da Fifa

Em meio ao monumental escândalo de corrupção, tudo indica que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, conquistará nesta sexta-feira (29) um quinto mandato à frente da entidade, salvo uma inesperada reviravolta. As 209 federações com direito a voto vão eleger o líder da Fifa a partir das 16h30 em Zurique (11h30 em Brasília). Combativo e na ofensiva, Blatter abriu a sessão do Congresso da Federação dizendo que não tem culpa nas denúncias que envolvem membros da entidade. 

Joseph Blatter deve conquistar um quinto mandato à frente da Fifa
Joseph Blatter deve conquistar um quinto mandato à frente da Fifa DR
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Blatter classificou a prisão dos cartolas como uma tempestade passageira e disse que a atitude deles deve ser vista de forma individual, responsabilidade dos sete presos, e não pode ser relacionada à Fifa inteira. Blatter fez um apelo pela união dos membros da organização e prometeu corrigir os estragos gerados pela corrupção na imagem da Fifa.

Somando a maioria dos 54 votos africanos, 46 asiáticos e cerca de 35 latino-americanos, caribenhos e norte-americanos, à exceção dos Estados Unidos, Blatter não deve ter dificuldades para prolongar o reinado de 17 anos à frente da Fifa.

Do outro lado do campo, o único adversário na disputa, o príncipe jordaniano Ali bin Al Hussein, 39 anos, ganhou o apoio de Michel Platini, presidente da Uefa, e de 45 ou 46 federações europeias, mas é preterido pela maioria dos vontantes asiáticos. O príncipe Ali, que é vice-presidente da Fifa e membro do comitê executivo da Confederação Asiática de Futebol, tem poucas chances de derrotar Blatter.

Com relação ao voto brasileiro, o retorno inesperado ao Brasil do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, faz com que o país seja representado na votação pelos presidentes das federações goiana, André Pitta, e cearense, Mauro Carmélio.

Prisões em Zurique

Blatter está no olho do furação depois do escândalo de corrupção que abalou a entidade na quarta-feira (27), com a detenção de sete altos dirigentes e a apreensão de documentos na sede da entidade. As acusações envolvem negociações das confederações Conmebol e Concacaf, além de empresas de materiais esportivos, marketing e direitos de transmissão dos jogos de várias competições. As prisões foram pedidas pelo FBI, após uma longa investigação.

Entre os detidos está o ex-presidente da CBF José Maria Marin, de 83 anos. Em comunicado, a Confederação Brasileira de Futebol informou que afastou Marin do quadro diretivo de entidade até a conclusão do processo.

Platini exige renúncia

A Uefa chegou a solicitar o adiamento da eleição da Fifa, e seu presidente, Michel Platini, foi ainda mais longe: pediu a renúncia de Blatter, que está à frente da Fifa desde 1998. "Eu pedi que renuncie. Disse 'já basta'. 'Sepp' Blatter me escutou, mas disse que é muito tarde", afirmou Platini em uma entrevista coletiva, durante a qual pediu voto para o rival de Blatter, o príncipe jordaniano Ali Bin Al-Hussein.

"Mudar o presidente é o único jeito de mudar a Fifa", sentenciou o ex-craque francês, que se disse "enojado" com a situação. A Uefa acabou decidindo não boicotar o congresso por causa da polêmica entre Israel e Palestina. Israel corre risco de ser banido de competições internacionais caso uma resolução da Palestina seja votada e pediu o apoio da confederação europeia, da qual é membro. Os palestinos acusam Israel de "comportamento racista contra os árabes", principalmente no que diz respeito ao deslocamento de atletas.

Outras más notícias

A presença de Blatter estava inicialmente anunciada para o segundo dia do Congresso Médico da Fifa em Zurique, na quinta-feira (28), mas ele não compareceu ao evento devido às "turbulências" que afetam a entidade, afirmou o diretor médico da Fifa, Jiri Dvorak. Blatter, que não será convocado a prestar depoimento por enquanto, segundo a promotoria da Suíça, compareceu a uma reunião de emergência com os presidentes e representantes das seis confederações que integram a entidade na quinta-feira (28).

Poucas horas depois, o cartola tentou mostrar serenidade em meio ao terremoto, com um breve discurso na abertura do congresso da entidade, mas avisou que "outras más notícias estão por vir". "Os suspeitos presos trazem vergonha e humilhação ao futebol, e os eventos de quarta-feira causaram uma sombra sobre este congresso", lamentou Blatter, que, por outro lado, se defendeu ao alegar que não pode "vigiar todo mundo".

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