Visita de líder líbio à Itália causa polêmica
Terminou nesta terça-feira a polêmica visita do líder líbio, Muammar Kadafi, à Itália. A passagem do dirigente pela capital italiana provocou polêmica e causou reações na imprensa e no meio político do país. No domingo, durante um discurso pronunciado próximo ao Vaticano, Kadafi provocou ao afirmar que a Europa deveria se converter ao islamismo.
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O ditador da Líbia faz uma breve visita oficial em Roma para festejar o segundo aniversário de um acordo de amizade e colaboração entre seu país e a Itália. Kadafi, porém, não perdeu tempo para lançar mensagens inquietantes e causar controvérsia e mau humor nos meios políticos italianos.
Durante encontro por ele solicitado com duzentas jovens italianas, afirmou que “as mulheres são respeitadas na Líbia e a Europa deveria se converter ao Islã". Depois distribuiu exemplares do alcorão e medalhas com sua imagem às jovens.
Acompanhado de seu exército feminino de segurança, Muammar Kadafi manteve encontro com o primeiro-ministro Silvio Berlusconi na tenda armada nos jardins da embaixada da Líbia em Roma. Depois, os dois chefes de governo inauguraram uma exposição. Kadafi ofereceu um show equestre com cavalos bérberos e uma recepção para 800 convidados, com alimentos oferecidos segundo as tradições muçulmanas do período do Ramadã.
O forte interesse nas relações comerciais entre os dois países se concentra sobretudo nos investimentos da Itália para a construção de rodovias da Líbia, além do desenvolvimento de infraestrutura de telecomunicações e fornecimento de aparelhos para a aviação.
A Líbia detém quotas de capital e ações dos grupos italianos Eni, para a energia, Unicredit, no setor bancário, mas reclama também um crédito da Itália calculado em cerca de 650 milhões de euros.
Muammar Kadafi aproveitou a ocasião para fazer um balanço das atividades das sociedades diretas que mantém contato com Sílvio Berlusconi no campo televisivo. O coronel líbio retorna a Trípoli nesta terça-feira.
Lisa Maria Silva, correspondente da RFI em Roma
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