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Pepino/Europa

Suécia registra primeira vítima de bactéria letal de pepino espanhol

A epidemia da bactéria intestinal letal se alastra rapidamente na Alemanha e os hospitais do norte do país estão lotados de doentes contaminados. Desde a semana passada, quando foram registrados os primeiros casos, 16 pessoas morreram e 1.200 foram infectadas por uma variante agressiva da E. Coli. Outros países como França, Grã-Bretanha, Dinamarca e Suécia, onde foi registrada a primeira morte nesta terça-feira, também já foram atingidos.

Para UE, contaminação de pepinos pode ter ocorrido na própria Alemanha
Para UE, contaminação de pepinos pode ter ocorrido na própria Alemanha Reuters
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A Suécia registrou a primeira morte pela bactéria nesta terça-feira. Uma mulher de 50 anos, contaminada na  Alemanha, sucumbiu à doença. As autoridades sanitárias alemãs recomendam que a população evite o consumo de pepinos, tomates e alface, e alguns desses produtos foram retirados das prateleiras. Em alguns países, como na Áustria, as berinjelas também entraram na lista negra. Na França, a vigilância sanitária pediu que os médicos comuniquem as agências regionais de saúde em caso de pacientes com sintomas de diarréia hemorrágica ou uma síndrome que afeta os rins, o fígado e o sistema nervoso, que tenham viajado para a Alemanha. O período de incubação varia entre sete e 15 dias.

Ainda não se sabe se os legumes foram contaminados nas plantações, durante o transporte, ou na própria Alemanha. O governo espanhol divulgou estudos afirmando que a contaminação não aconteceu em solo espanhol, mas em pontos de distribuição já na Alemanha. Três casos foram registrados na França. Na Suécia e na Dinamarca, 36 pessoas foram infectadas em cada um dos países. Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, trata-se de uma das piores epidemias registradas no mundo, e a mais grave na Alemanha.

Governo espanhol reage a acusações

Os pepinos importados da Espanha foram apontados como a origem da contaminação, o que foi desmentido pelo governo espanhol. Nesta segunda-feira, a ministra do Meio Ambiente, Rosa Aguilar, pediu pressa nas investigações do governo alemão. A conselheira de Agricultura da Andaluzia, de onde vêm os vegetais, Clara Aguilera, comeu um pepino nacional diante da imprensa para provar que não há riscos. O temor causado na Europa pela suposta contaminação de pepinos espanhóis com a bactéria E.coli enterohemorrágica freou praticamente toda a exportação de verduras e legumes da Espanha para o continente.

O setor agrícola, muito dependente do mercado externo, já registra prejuízos de 200 milhões de euros semanais, além de temer perda de toda a safra deste verão. Só na Andaluzia, no sul da Espanha, onde está a maior parte das plantações, foram registrados prejuízos de 7 a 8 milhões de euros por dia. Os agricultores temem perder boa parte da safra de verão, que já está em ponto de colheita e garante a maior parte dos ganhos anuais.

Em apenas 24 horas, Alemanha, França, Itália, Áustria, Bélgica, República Checa e Reino Unido cancelaram contratos de exportação dos vegetais espanhóis e até de algumas frutas. Na Rússia, um dos principais mercados, o bloqueio foi total. Diante disso, a Espanha pediu à União Europeia reparação dos prejuízos. A solicitação de indenização será estudada ainda nesta terça-feira na reunião dos ministros de Agricultura da União Europeia, na Hungria.

Com colaboração de Luísa Belchior, correspondente da RFI em Madri

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