Recep Erdogan garante seu terceiro mandato como premiê da Turquia
A vitória nas eleições legislativas da Turquia neste domingo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento, de Recep Tayyip Erdogan, é classificada como um sucesso e não um triunfo. Com menos de dois terços das cadeiras do Parlamento, o primeiro-ministro terá que negociar com a oposição para reformar a Constituição do país.
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No poder há nove anos, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, se apresenta como um muçulmano democrata-conservador e se orgulha de dizer que levou o país a ocupar a 17ª posição como potência econômica mundial. Sua tendência autoritária, no entanto, preocupa a população e isso ficou claro nas eleições legislativas deste domingo.
Com a conquista de 50% dos votos, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento poderá formar sozinho o governo por mais quatro anos, pois obteve a maioria absoluta de 325 cadeiras de um Parlamento de 550. Mas não conseguiu os dois terços dos assentos necessários para poder, sozinho, realizar uma reforma constitucional que modifique o sistema político parlamentarista para presidencialista.
"O resultado foi um sucesso, mas não um triunfo para o premiê turco", resume o jornal francês Libération desta segunda-feira.
Eleito para o terceiro mandato consecutivo como primeiro-ministro, Erdogan não esconde a vontade de se tornar o primeiro presidente eleito por sufrágio universal na Turquia, o que lhe daria poderes equivalentes aos dos presidentes dos Estados Unidos e da França, por exemplo.
No discurso da vitória, ele deixou entender que vai negociar com a oposição para elaborar uma nova Constituição. Seus principais adversários são o Partido Popular Republicano, que obteve 26% dos votos, e o Partido Ação Nacionalista, com 13%.
Modelo turco é exaltado por potências ocidentais
A Turquia é uma nação muçulmana de tradição laica. Recentemente, com as revoltas no mundo árabe, as grandes potências ocidentais exaltaram o modelo turco como símbolo de uma mudança possível da ditadura para a democracia.
O desejo do regime turco de fazer parte da União Europeia ainda não se tornou realidade, mas especialistas favoráveis à adesão sugerem que o país poderia servir como uma ponte para um diálogo maior entre o Ocidente e as nações árabes e muçulmanas.
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