Lideranças europeias criticam diminuição da nota da dívida de Portugal
Após o rebaixamento da nota soberana de Portugal pela agência de notação financeira Moody’s, a França reagiu em defesa do país dizendo que confia na capacidade dos portugueses de gerenciar a crise. A Grécia denunciou a "loucura" das agências de classificação de risco.
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Lideranças europeias criticaram nesta quarta-feira o rebaixamento da nota da dívida soberana de Portugal em quatro pontos pela agência de notação Moody's, que no dia anterior atribuiu uma perspectiva negativa para o país. Com isso, a dívida portuguesa passa para a categoria "especulativa" junto aos investidores.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse que lamenta profundamente que a Moody’s tenha tomado essa medida. O ministro da Economia da França, François Baroin, ressaltou que continua acreditando em uma saída para Portugal, que enfrenta uma grave crise econômica e negociou empréstimos com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional para tentar saldar suas dívidas.
"Temos confiança em Portugal. Não é o olhar de uma agência de notação que vai resolver a questão das dívidas soberanas", disse o ministro francês. Seu colega alemão, Wolfgang Schäublele, foi na mesma linha, dizendo que é preciso rever a importância das notas atribuídas pelas agências de notação.
Portugal reclama que o seu forte esforço político não foi levado em conta
A Grécia, cuja nota também caiu recentemente, reclama do que chamou de "loucura" das agências de classificação de risco.
"Ontem, a Moody’s rebaixou a nota de Portugal, mas essa queda não está baseada na questão da necessidade de reformas, e sim na hipótese de que o país vai precisar novamente de ajuda. É uma loucura esse tipo de profecia", afirmou o ministro grego das Relações Exteriores, Stavros Lambrinidis.
A Moody's tem dúvidas sobre a capacidade de Portugal de conseguir reduzir o déficit e estabilizar suas dívidas, conforme o acordo de ajuda financeira firmado com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional. Segundo a agência, existe um risco de o país precisar de um novo plano de ajuda financeira antes de conseguir se financiar sozinho.
A Moody's foi a primeira das três principais agências de notação a classificar Portugal na categoria "especulativa". O governo português reconhece que a economia do país está vulnerável, mas disse que a agência não considerou o "forte esforço político" dos portugueses para cumprir o seu programa de austeridade econômica.
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