Parlamento italiano confirma adoção de plano de austeridade

O parlamento italiano adotou nesta sexta-feira, em caráter definitivo, o plano de austeridade reforçado que visa eliminar o déficit público até 2014 e ajudar a Itália a reconquistar a confiança dos mercados em sua capacidade de honrar suas dívidas.

O Premiê italiano Silvio Berlusconi no parlamento, em Roma (15/07/2011). Reuters

Num voto de confiança do parlamento ao governo de Silvio Berlusconi, o plano recebeu 316 votos a favor, 284 votos contra e duas abstenções na Câmara dos Deputados. As medidas de ajuste devem gerar economias de 48 bilhões de euros aos cofres públicos. O projeto já havia sido aprovado ontem pelo Senado.

Terceira maior economia da zona euro, a Itália acumula uma dívida pública colossal de 1,9 trilhão de euros, o equivalente a 120% de seu Produto Interno Bruto, e foi alvo na última semana de um ataque especulativo dos mercados contra seus títulos soberanos. Resultado: a desconfiança dos investidores encareceu os juros dos empréstimos que o país toma diariamente para refinanciar suas dívidas, lançando o temor de falência da moeda única europeia.

O chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, recebeu a confiança do parlamento, mas enfrenta críticas internas. Seu ex-ministro da Defesa, Antonio Martino, qualificou o pacote de austeridade de uma aberração, que vai atingir principalmente os pobres. A presidente da entidade patronal Confindustria, Emma Marcegaglia, condenou o plano "baseado essencialmente no aumento de impostos".

Entre as medidas destinadas a conter o déficit público italiano figuram o lançamento de um plano de privatizações em 2013, o congelamento dos salários do funcionalismo, redução das aposentadorias e um corte drástico nos repasses feitos pelo governo às regiões e aos municípios. 

O Banco da Itália reviu sua taxa de crescimento este ano de 0,9% a 1%.