Líder da esquerda diz que se for eleito, Grécia continua na zona do euro

A Grécia continuará na zona do euro se o partido da esquerda radical Syriza ganhar as eleições legislativas realizadas no mês de junho. A afirmação foi feita pelo chefe da formação política grega, Alexis Tsipras, durante sua passagem por Berlim e às vésperas de uma reunião de cúpula sobre a crise do país em Bruxelas.

Alexis Tsipras, líder da esquerda radical grega, durante pronunciamento em encontro com líderes da esquerda alemã em Berlim, nesta terça-feira. REUTERS/Tobias Schwarz

Alexis Tsipras esteve em Berlim nessa terça-feira, onde se encontrou com representantes da esquerda radical alemã. Em entrevista à imprensa após a reunião, ele garantiu sua intenção de lutar pela permanência da Grécia na zona do euro, apesar de sua oposição às medidas econômicas de rigor. “Nossa eleição não significa que vamos sair do euro. Eu não acredito que a rejeição do programa de austeridade signifique a saída do país da zona do euro”, disse ele.

A Grécia vem sendo ameaçada, principalmente pela Alemanha, de expulsão do grupo dos países que adotam a moeda única caso não respeite os cortes orçamentários negociados com a União Europeia, o FMI e o Banco Central Europeu. A estabilidade das contas públicas foi uma das condições impostas pela Troika para que Atenas continue recebendo a ajuda financeira necessária para evitar a falência do país.

As declarações do Tsipras são feitas um dia antes de uma reunião de cúpula europeia realizada em Bruxelas e que terá a crise no centro das discussões. Questionado sobre suas expectativas para o encontro dessa quarta-feira, o chefe da esquerda radical grega disse que espera mudanças no eixo franco-alemão, principalmente após a eleição do socialista François Hollande. “Nós acreditamos que as pessoas podem se dar conta de seus erros e mudar as coisas”, alegou. Na véspera, durante sua passagem por Paris, o líder político alertou os dirigentes europeus, principalmente a chanceler alemã Ângela Merkel, sobre os riscos de ingerência na hora de negociar um novo plano de austeridade para a economia grega.