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Rússia/ UE

Cúpula entre Rússia e União Europeia termina sem acordo sobre Síria

O presidente da União Europeia, Herman van Rompuy, pressionou hoje o presidente russo, Vladimir Putin, a superar as divergências com os ocidentais para evitar uma guerra civil na Síria, aliada dos russos. O objetivo dos europeus é negociar uma transição política na Síria com a ajuda de Moscou, que até agora recusou esta alternativa.

Vladimir Puntin, presidente russo (centro), Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu (e) e José Manuel Barroso (d) durante coletiva de imprensa em São Petesburgo, na Rússia.
Vladimir Puntin, presidente russo (centro), Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu (e) e José Manuel Barroso (d) durante coletiva de imprensa em São Petesburgo, na Rússia. REUTERS/Aleksei Nikolskyi/RIA Novosti/Kremlin
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“A União Europeia e a Rússia têm visões diferentes mas nós estamos plenamente de acordo em considerar que o plano de Kofi Annan oferece a melhor chance de parar com o ciclo de violência na Síria”, declarou Van Rompuy em uma coletiva de imprensa, ao final da Cúpula Rússia-União Europeia, em São Petesburgo. “Trata-se de evitar uma guerra civil e encontrar uma solução pacífica e duradoura. Devemos orquestrar o fim imediato de toda a forma de violência na Síria e o início de uma transição política”, disse, ao lado de Putin e do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

Putin não reagiu à hipótese de uma “transição política” – ele já havia dito na sexta-feira, em Paris e Berlim, que não mudaria de postura contrária a qualquer intervenção militar na Síria. A única base militar russa no Oriente Médio fica em território sírio, e o Kremlim mantém um importante comércio de armas com o regime de Damasco. A decisão da Rússia de não participar da investigação internacional para esclarecer o massacre de Hula, onde morreram 108 pessoas, é mais uma prova que Moscou não quer se indispor regime sírio.

“Nós discutimos as questões internacionais mais importantes, ou seja, a situação na Síria, no Irã e no Oriente Médio. No final, eu gostaria de sublinharque a discussão de hoje foi frutífera. Evidentemente, nós não estamos sempre de acordo sobre tudo”, comentou o presidente russo. No domingo, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, havia exortado a Rússia a apoiar uma transição política na Síria, afirmando que a partida de Bashar al-Assad deveria ser “o resultado”.

Sobre o Irã, o presidente da UE sublinhou que Bruxelas e Moscou estavam “de acordo sobre a necessidade urgente de impedir que o Irã conceba armas nucleares”. As negociações entre o país e as potências nucleares sobre o controverso programa nuclear iraniano vão continuar em Moscou nos dias 18 e 19 de junho. Antes disso, Putin deve se reunir com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em uma reunião em Pequim.

Além destes dois assuntos, o líder russo e os europeus trataram sobre o fim da exigência de vistos entre a Europa e a Rússia. “Uma verdadeira cooperação é impossível enquanto existirem barreiras para os nossos cidadãos”, reclamou o presidente, na abertura do encontro.

Há nove anos Moscou tenta acabar com a obrigatoriedade de visto para russos entrarem no espaço Schengen, uma zona de de livre circulação de 26 países. Mas a União Europeia impões várias condições como passaportes mais seguros e o respeito aos Direitos Humanos.

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