Corrupção e falta de transparência agravam crise europeia, diz Ong
A corrupção e a falta de transparência na Europa, especialmente nos países ao sul como Grécia, Itália, Portugal e Espanha agravam a crise no continente, afirma a organização não-governamental Transparency Internacional em um relatório publicado nesta quarta-feira, em Bruxelas. Para a Ong, não podem mais ser ignoradas as relações entre corrupção e as crises financeira e fiscal.
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“Nesses países a corrupção consiste com frequência em prática legais mais pouco éticas, resultado de regras de lobby opacas, tráfico de influência e relações muito estreitas entre o setor público e privado” escreve a Ong.
No documento intitulado “Dinheiro, poder e política: os riscos da corrupção na Europa”, a Transparency International denuncia a falta de transparência na tomada de decisões e no financiamento de partidos políticos.
Dos 25 países analisados, 19 ainda não dispõem de normas para regular as atividades de lobby e apenas 10 proíbem completamente o financiamento não declarado de partidos políticos, segundo a Transparency International.
Diante da situação, a Ong faz um apelo para que os legisladores europeus reforcem a transparência das atividades de lobby e do financiamento das campanhas eleitorais.
“Na Europa o número de instituições que caracterizam uma democracia e permitem a um país lutar contra a corrupção é mais frágil do que imaginamos”, declarou Cobus de Swardt, diretor da Ong.
“Este relatório expõe questões preocupantes em um momento em que a Europa necessita de uma cultura política de transparência para sair de sua crise econômica”, acrescentou.
Os partidos políticos, as empresas e o setor público são as instituições menos efetivas na luta contra suborno e comportamentos inadequados”, diz o relatório. No entanto, a Transparency International afirma que o continente dispõe de instrumentos jurídicos sólidos e bem desenvolvidos para atacar esses problemas.
Várias pesquisas de opinião pública indicam que 3 em cada 4 europeus estimam que a corrupção é um problema crescente em seu país.
Em seu estudo a Transparency International identificou apenas dois países que protegem os cidadãos que denunciam casos de corrupção.
Dinamarca, Suécia e Noruega são os países que estão melhor protegidos contra a corrupção, afirma o relatório. Por outro lado, em 20 países europeus existem vários obstáculos paras pessoas acessarem informações de caráter público.
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