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UE/Crise

Espanha pode oficializar neste sábado pedido de resgate à UE

A Espanha deverá oficializar neste sábado seu pedido de ajuda financeira à União Europeia, após uma reunião por telefone dos ministros das Finanças dos 17 países da zona do euro. Os rumores sobre a iminência do plano de resgate espanhol foram inicialmente desmentidos, mas a agência Reuters confirma a informação depois de ouvir várias fontes do governo alemão. 

O resgate público de 23,5 bilhões de euros do Bankia já é o mais caro da história da Espanha.
O resgate público de 23,5 bilhões de euros do Bankia já é o mais caro da história da Espanha. Reuters
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Depois de Irlanda, Portugal e Grécia, a Espanha passará a ser o quarto país da zona do euro a solicitar um plano de resgate financeiro, a fim de evitar uma quebradeira em seu setor bancário. Um comunicado oficial do Eurogrupo deve ser publicado por volta do meio-dia de sábado, 7h no horário de Brasília, segundo a Reuters. 

Os líderes europeus teriam decidido acelerar o anúncio do pacote devido à alta expressiva dos juros da dívida pública espanhola observada após o rebaixamento da nota de risco do país pela agência Fitch, na quarta-feira. A nota de risco da Espanha despencou de A para BBB (três níveis), com perspectiva negativa, fazendo o prêmio pago pelo Tesouro aos investidores ultrapassar a casa de 6% para vencimento em 10 anos. Para a Fitch, os bancos espanhóis precisam de um aporte de capital de 60 a 100 bilhões de euros, o que equivale de 6% a 9% do PIB do país.

O pacote de resgate espanhol deve diferir dos oferecidos para Irlanda, Portugal e Grécia. Os bancos devem receber ajuda direta, de modo a não excluir o Tesouro espanhol dos leilões de títulos da dívida. Os líderes europeus querem evitar o uso excessivo do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FESF), que não teria recursos suficientes para cobrir o rombo dos cofres públicos de uma economia do tamanho da Espanha, a quarta maior da zona do euro.

Um dirigente do alto escalão do governo alemão disse que o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, tomou consciência da necessidade de solicitar ajuda aos vizinhos antes das eleições legislativas de 17 de junho na Grécia. A chanceler Angela Merkel negou ter feito pressão. Rajoy evitou pedir ajuda, temendo as condições rigorosas que vão acompanhar o resgate num país que já está de joelhos pela crise.

O FMI publica na segunda-feira um balanço das necessidades de capital dos bancos espanhóis. Em seguida, nos dias 21 de junho e 31 de julho devem ser publicados os resultados de duas auditorias independentes do setor, que acumula perdas pela explosão da bolha imobiliária e a inadimplência das hipotecas.

Durante a manhã, a porta-voz do governo espanhol e o porta-voz da Comissão de Assuntos Econômicos da União Europeia desmentiram que a Espanha fosse solicitar assistência antes da divulgação dos resultados das auditorias.

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