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Grécia/Legislativas

Conservadores vencem eleições legislativas na Grécia

O partido conservador Nova Democracia chegou em primeiro lugar nas eleições legislativas deste domingo na Grécia e poderá em tese formar um governo de coalizão pró-europeu com os socialistas do Pasok, terceiro colocado atrás da esquerda radical, de acordo com estimativas oficiais do Ministério do Interior. As negociações serão difíceis: o líder socialista Evangélos Vénizélos já disse que só aceitará integrar um governo liderado pela direita se houver participação da esquerda radical e da esquerda moderada.

Simpatizante do partido conservador Nova Democracia acompanha apuração neste domingo, 17 de junho, em Atenas.
Simpatizante do partido conservador Nova Democracia acompanha apuração neste domingo, 17 de junho, em Atenas. REUTERS/Pascal Rossignol
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De acordo com as primeiras estimativas oficiais, os conservadores conquistaram 29,5% dos votos, o que deve garantir a eleição de 128 deputados entre os 300 que formam o parlamento grego. Em segundo lugar na votação de hoje, a esquerda radical do partido Syriza, com 27,1% dos votos, fica com 72 cadeiras. Os socialistas do Pasok chegam na terceira posição (12,3%), com 33 deputados eleitos.

O líder conservador Antonis Samaras celebrou a vitória dizendo que a Grécia ficará na zona do euro e fez um apelo aos concorrentes para formarem um governo de união nacional. Alexis Tsipras, líder da esquerda radical, reconheceu a derrota e rejeitou o apelo do rival Samaras para integrar um governo de coalizão.

O resultado das eleições na Grécia era cercado de grande expectativa pelo temor de uma ruptura do país com as políticas de austeridade adotadas para estabilizar a crise das dívidas na zona do euro. Samaras defende uma renegociação do plano de rigor imposto pela União Europeia e o FMI em troca da ajuda financeira a Atenas, enquanto seu rival do Syriza, Alexis Tsipras, queria a suspensão das medidas de austeridade e a adoção de políticas de estímulo ao crescimento para relançar a atividade econômica no país.

A Grécia entrou no quinto ano consecutivo de recessão. Salários e aposentadorias sofreram cortes drásticos, o desemprego continua a aumentar e chegou a 22,6% da população ativa no primeiro trismestre de 2012. 

Segundo o Ministério do Interior, sete partidos estarão representados no novo parlamento, conforme já aconteceu na votação de 6 de maio, quando sem maioria clara nenhum partido conseguiu formar um governo de coalizão, obrigando os gregos a votar uma segunda vez. 

O partido nacionalista populista Gregos Independentes chega vovamente em quarto lugar com 7,6% de votos e 20 deputados eleitos, resultado inferior ao obtido em maio. O partido neonazista Amanhecer Dourado mantém 7% da preferência do eleitorado, com possíveis 18 deputados eleitos, enquanto os comunistas do KKE perderam a metade das vagas e só terão 12 deputados no parlamento.

Repercussão

Logo após a divulgação das projeções, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, declarou que o governo alemão está disposto a discutir novos prazos para a aplicação das reformas na Grécia, mas salientou não haver espaço para mudanças substanciais no que já foi negociado anteriormente.

Nos Estados Unidos, um assessor do presidente Barack Obama, David Plouffe, disse que para a Casa Branca os resultados da reunião de cúpula dos líderes europeus no final de junho são mais importantes do que as eleições de hoje na Grécia, porque "devem trazer uma resolução para a crise na zona do euro". Plouffe afirmou que os líderes do G20 devem discutir alguns progressos com os europeus segunda e terça-feira, durante a reunião de cúpula do grupo no México, mas "ninguém espera uma solução definitiva".
 

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