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Zona do euro/ crise

Espanha e Itália "exigem" aplicação de acordos econômicos

Por meio de um comunicado comum publicado hoje, a Espanha e a Itália  “exigem a aplicação imediata dos acordos” firmados na última cúpula europeia, no final de junho. O acerto prevê o aumento das capacidades dos fundos de ajuda financeira para os países em dificuldades.

Premiê espanhol, Mariano Rajoy, diante do Parlamento na semana passada.
Premiê espanhol, Mariano Rajoy, diante do Parlamento na semana passada. REUTERS/Andrea Comas
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O texto afirma que “a rapidez é uma condição essencial para o sucesso de qualquer iniciativa europeia”. Citado no comunicado, o secretário espanhol para a União Europeia, Mendez de Vigo, ressalta que “há um fosso preocupante entre a decisão tomada pelo Conselho Europeu e a aplicação dos acordos”.

Na cúpula de 28 e 29 de junho, Roma e Madri conseguiram que o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Fesf) e seu substituto, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), pudessem recapitalizar diretamente os bancos em dificuldades sem aprofundar as dificuldades financeiras dos países envolvidos. O acordo visava tirar os bancos espanhois do sufoco sem prejudicar ainda mais a delicada situação econômica do Estado.

Apesar do acerto, permanecem dúvidas sobre o lançamento e o funcionamento do MEE, um recurso permanente da zona do euro, já que a Alemanha continua se negando a compartilhar as dívidas dos países-membros do bloco. O mecanismo era para ter sido lançado em julho, mas na melhor das hipóteses se tornará operacional no final de setembro. O atraso ocorre porque a Corte Constitucional alemã deve se pronunciar apenas em 12 de setembro sobre este instrumento, dotado de uma capacidade de empréstimo de 500 bilhões de euros.

Enquanto aguarda, a zona do euro deve permanecer com o fundo de socorro existente, o Fesf, que dispõe de cerca de 200 bilhões de euros. A soma é considerada insuficiente para “salvar” um país como a Itália, afundada em uma dívida colossal, ou para emprestar à Espanha.

Nesta terça-feira, mais uma vez o país foi o foco dos temores dos mercados financeiros sobre a zona do euro. A tensão começou de manhã, quando as taxas de juros para empréstimos para o governo espanhol atingiram um novo recorde, de 7,55%, e se elevou à tarde, com a admissão da região autônoma da Catalunha de que poderia precisar de uma intervenção de Madri para superar suas dificuldades financeiras.

A Catalunha é uma das regiões mais ricas da Espanha, responsável por um quarto do PIB do país – o que intensificou a desconfiança dos mercados. Uma porta-voz da administração regional declarou que o pedido de ajuda financeira “ainda não foi decidido”, mas reconheceu que essa é “uma das opções estudadas”. Na sexta-feira, Valência solicitou ajuda para regularizar suas contas. Analistas estimam que, se a situação permanecer como está, o governo espanhol não conseguirá mais pagar suas dívidas em outubro, quando vencem débitos no valor de 28 bilhões de euros.

As incertezas levaram as bolsas europeias a fechar em baixa nesta terça. Paris encerrou em -0,87%, Frankfurt teve queda de 0,45%, enquanto Madri perdeu 3,58% e Milão fechou o pregão com 3,05% de baixa.

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