Holandeses elegem novo governo que deve seguir a linha da austeridade
Os holandeses vão às urnas nesta quarta-feira, para eleger os novos deputados e formar o novo governo do país. Os dois grandes favoritos são os liberais e trabalhistas, considerados pró-europeus. As mais de dez mil seções eleitorais foram abertas às sete e meia da manhã e receberão os eleitores até as nove horas da noite, horário local.
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As últimas sondagens indicam que o Partido Liberal, do primeiro-ministro Mark Rutte, e o Partido Trabalhista, liderado por Diederik Samson, estão empatados e devem conquistar pelo menos 35 cadeiras cada um, das 150 do parlamento holandês. Rutte é considerado alinhado com a postura da Alemanha, favorável à austeridade na zona do euro. A linha do trabalhista Samsom é mais próxima do francês François Hollande que defende medidas para relançar a economia do bloco.
Os socialistas, da chamada esquerda mais dura, e a extrema-direita, que defende a saída do país da União Europeia, estão mal colocados nas pesquisas e não devem participar de um eventual governo de coalizão. Os analistas da eleição na Holanda prevêm uma futura coalizão entre liberais e trabalhistas, mesmo que ainda não haja um consenso para definir o nome do primeiro-ministro: Mark Rutte ou Diederik Samsom.
Reivindicando um alinhamento com a Alemanha, favorável aos planos de austeridade, Mark Rutte votou logo no início do dia, em uma escola primária da cidade de Haia. "Nós continuaremos nossa colaboração com a Alemanha e a Finlândia para combater a crise do euro", declarou o primeiro-ministro, que diz ser um erro acreditar que a crise será resolvida entre Paris e Berlim. A formação de um novo governo poderá levar semanas. Apesar do impasse quanto ao nome do novo primeiro-ministro, analistas avaliam que não haverá uma grande mudança quanto à política econômica adotada pela Holanda, sobretudo nas práticas de austeridade orçamentária, exigidas para todos os países que compôem a zona do euro.
Sistema político fragmentado
A Holanda é uma monarquia parlamentar , com um sistema de representação proporcional composto por muitos partidos políticos. Para obter uma maioria na Câmara Baixa, é necessário obter pelos menos 76 dos 150 assentos. Mais de 21 partidos brigam nas urnas, para alcançarem o maior número possível de assentos na Câmara Baixa. Essa fragmentação possibilitará que três ou quatro partidos participem da coalizão. Após os resultados oficiais, o novo parlamento da Holanda se reunirá pela primeira vez em 20 de setembro. Na última eleição, em 2010, as negociações para formar a coalizão duraram quatro meses.
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