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Nobel/Paz

Atribuição do Nobel da Paz à União Europeia não é unanimidade dentro do bloco

Os principais dirigentes europeus não economizaram elogios à atribuição do prêmio Nobel da Paz à União Europeia, mas a decisão do comitê norueguês não foi uma unanimidade dentro do bloco. As críticas enfatizam o papel de uma instituição considerada burocrática, que impõe a austeridade e deixaa pobreza se alastrar, colocando em risco a paz social.

Críticos da atribuição do prêmio Nobel da Paz à União Europeia dizem que a instituição favorece a austeridade e as tensões sociais no interior do bloco.
Críticos da atribuição do prêmio Nobel da Paz à União Europeia dizem que a instituição favorece a austeridade e as tensões sociais no interior do bloco. REUTERS/RNGS
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Rara voz discordante no interior da instituição, o deputado europeu britânico Nigel Farage avaliou que o prêmio "mostra que os noruegueses têm um verdadeiro senso de humor". Ele considera que "a União Europeia criou pobreza e desemprego para milhões de pessoas" e atiçou a animosidade entre países do norte e do sul do bloco.

Fora da instituição, as críticas são mais ferozes. O vencedor do prêmio Nobel da Paz polonês Lech Walesa se disse "surpreso e decepcionado". "É claro que a União Europeia tenta mudar a Europa e o mundo de maneira pacífica, mas ela é paga para isso", enquanto os ativistas empreendem sua ação justa para defender uma ideia, explicou o líder histórico do sindicato Solidariedade e símbolo da vitória pacífica contra o regime comunista polonês.

A ex-dissidente soviética e militante russa em defesa dos direitos humanos Ludmila Alexeeva lamentou que o comitê do prêmio Nobel não tenha preferido recompensar os defensores das liberdades, como "os prisioneiros políticos iranianos" ou os "defensores dos direitos humanos" na Rússia.

O co-presidente do grupo dos Verdes no Parlamento Europeu, Daniel Cohn-Bendit, avaliou que o prêmio é a ocasião de pedir para a União Europeia um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU, mas ao mesmo tempo disse que ele é "uma injunção à União Europeia para que ela assuma a responsabilidade da paz social nos países em crise".

O presidente do Parlamento europeu, Martin Schulz, resumiu os comentários pró e contra. Ele comemorou o prêmio, mas com um senão: "Não podemos viver em uma união onde em um país as pessoas são muito ricas e, nos outros, as pessoas têm que vasculhar as latas de lixo para encontrar algo para comer. É indigno de uma união que recebeu o prêmio Nobel da Paz."

"É por isso que devemos continuar e dar à Europa o poder de alcançar mais justiça, que é uma necessidade urgente neste momento", concluiu ele.

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