Cameron está disposto a lutar pelas Malvinas

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou neste domingo que a Grã-Bretanha estaria disposta a lutar, se fosse necessário, para conservar as Ilhas Malvinas, um arquipélago do Atlântico Sul cuja soberania é reivindicada pela Argentina. Ele lembrou que o Reino Unido possui um dos "cinco orçamentos de defesa mais importantes do mundo".

O premiê britânico, David Cameron, durante entrevista concedida hoje ao canal de TV BBC1. REUTERS

"Nossa determinação é extremamente forte", disse Cameron ao canal de televisão BBC1. Ao ser perguntado se a Grã-Bretanha lutaria para conservar as Ilhas Malvinas, Cameron respondeu: "É claro que sim, e temos grandes meios de defesa, é absolutamente primordial que tenhamos aviões de caça e tropas estacionadas nas Ilhas Falklands", a denominação britânica das Malvinas.

Todo ano, no dia 3 de janeiro, data do aniversário do desembarque dos britânicos nas Malvinas, em 1833, o governo argentino costuma reivindicar a soberania das ilhas. Para o 180° aniversário, este ano, a presidente Cristina Kirchner publicou uma carta aberta ao governo Cameron na imprensa britânica, pedindo que ele respeitasse a abertura de negociações sugerida pela ONU. Na carta, Kirchner denunciou "o colonialismo britânico".

Cameron minimizou as acusações da carta e afirmou que os moradores das Malvinas terão em breve a chance de decidir se desejam ou não permanecer sob a soberania da Grã-Bretanha, em um referendo previsto para o início de março.

Escalada verbal

Em 1982, a disputa entre os dois países levou a uma guerra de 74 dias que deixou 649 argentinos e 255 britânicos mortos, mas desde então a Argentina direciona suas reivindicações pela via diplomática.

O 30º aniversário do conflito, em 2012, foi marcado por uma escalada verbal entre Buenos Aires e Londres, com denúncias por parte da Argentina de uma militarização britânica da zona e a exploração de possíveis recursos petroleiros, um dos motivos de disputa.

Cameron quer ficar no poder até 2020

Em outra entrevista, desta vez ao jornal Daily Telegraph, Cameron afirmou neste domingo que ele gostaria de ficar no poder até 2020, a fim de realizar as reformas necessárias, principalmente na União Europeia. Cameron declarou que vai disputar as legislativas de 2015 e pretende conquistar mais um mandato.