Mãe de Ruby não comparece ao Tribunal de Milão e irrita justiça italiana

Um outro capítulo sem desfecho no caso Ruby na manhã desta segunda-feira no Tribunal de Milão. A previsão era que os advogados de Silvio Berlusconi, acusado de envolvimento com prostituição de menores, apresentassem a mãe de Karima el Mahroug, conhecida como Ruby, como testemunha de defesa. Ela porém, não compareceu à audiência.

A dançarina de origem marroquina Karima El Mahroug, conhecida como Ruby, pivô de escândalo sexual com ex-premiê Silvio Berlusconi.. REUTERS/Stringer

*Colaboração de Rafael Belicanta, correspondente da RFI na Itália

A mãe de Ruby, Yazhili Zhara, que vive na Sicília, enviou um fax ao tribunal no qual explicava que os advogados não haviam autorizado a compra da passagem aérea. Por esse motivo, ela não foi ao Tribunal de Milão hoje. Apesar da ausência, Zhara confirmou que está disponível a testemunhar. A sua filha Ruby está no centro de um escândalo sexual. A jovem, hoje com 20 anos, teria mantido relações sexuais com o então premiê italiano, Silvio Berlusconi, quando tinha 17 anos.

Há uma semana, Ruby chegou a ser arrolada como testemunha pela defesa de Berlusconi, foi até o Tribunal mas não foi ouvida sendo dispensada poucos minutos antes. Os juízes, por sua vez, se retiraram do plenário quando a advogada de defesa solicitou que a mãe de Ruby fosse chamada para a próxima audiência. A promotora Ilda Bocassini se opôs à solicitação dizendo que “se houvesse real intenção de ouvir Zhara, os bilhetes aéreos poderiam ter sido comprados online”.

Nova polêmica

Neste domingo, em Milão, durante a inauguração de um memorial ao Holocausto na Estação Central da cidade, Berlusconi voltou a provocar polêmica. Desta vez, ele foi alvo de críticas ao enaltecer o ditador fascista Benito Mussolini Berlusconi. Ele declarou que a Itália errou ao seguir a Alemanha nazista aprovando leis antijudeus, mas que foi necessário se aliar ao regime nazista para evitar uma invasão alemã. Ele também argumentou que Mussolini foi um bom líder em outros aspectos.

Ainda nas comemorações pela memória do holocausto no “Binario 21”, ou Plataforma 21, em Milão, de onde os judeus milaneses foram extraditados para os campos de concentração, fotógrafos flagraram Berlusconi dormindo durante os discursos de inauguração.