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Espanha/ corrupção

Rajoy nega denúncias e diz que não renuncia

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, negou hoje ter recebido “dinheiro sujo” e anunciou que vai publicar a sua declaração de impostos, em resposta a acusações, publicadas na imprensa espanhola, de que teria se beneficiado de um esquema de caixa dois. O premiê disse que não vai renunciar ao cargo.

Premiê Mariano Rajoy saiu do silêncio sobre as denúncias neste sábado.
Premiê Mariano Rajoy saiu do silêncio sobre as denúncias neste sábado. REUTERS/Susana Vera
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“Eu jamais recebi dinheiro não-declarado”, declarou Rajoy em frente à direção do Partido Popular, do qual ele é presidente. “Se alguns imaginam que, diante do assédio, eu vou me esquivar ou abandonar a tarefa que os espanhois me delegaram, eu faço questão de dizer-lhes que eles se enganam.”

O escândalo provocou uma onda de indignação no país, afetado por uma grave crise econômica. O nome de Rajoy apareceu em uma reportagem publicada no jornal El Pais, que relata um esquema de caixa dois para diversos membros do seu partido, durante anos.

Segundo o jornal, que baseia as informações em supostos documentos contábeis estabelecidos por dois ex-assessores do PP, Álvaro Lapuerta e Luis Bárcenas, Rajoy teria recebido entre 1997 e 2008 "pagamentos trimestrais ou semestrais que somavam 25.200 euros ao ano". Os casos de corrupção em administrações locais e regionais se multiplicam na Espanha, e agora atingem a o governo nacional do país.

Desde quinta-feira, manifestantes protestam em frente à sede do Partido Popular, em Madri, e pedem a demissão do primeiro-ministro. Novas manifestações, convocadas através das redes sociais, ocorreram neste sábado, enquanto Rajoy se defendia das acusações. Nesta manhã, um abaixo-assinado online a favor da saída do premiê alcançou 630 mil assinaturas. Originário da Galícia, Rajoy assumiu o governo espanhol no final de 2011, sucedendo os socialistas.

O escândalo se iniciou no dia 18 de janeiro, quando o jornal El Mundo publicou uma matéria afirmando que Luis Barcenas, ex-tesoureiro do PP, havia distribuído durante mais de 20 anos envelopes contendo entre 5 e 15 mil euros para dirigentes do partido, provenientes de empresas privadas. O diário afirmou, entretanto, que Rajoy não havia se beneficiado do esquema e havia ordenado o fim dos pagamentos em 2009.

Porém na quinta-feira, o El Pais, de centro-esquerda, publicou fotos de contas manuscritas onde se lia o nome do atual premiê. Outros nomes citados no documento são o de Rodrigo Rato, ex-presidente do banco Bankia, e Dolores de Cospedal, braço-direito de Rajoy.
 

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