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Papa/Alemanha

Alemães pedem renovação da Igreja Católica após renúncia do papa

Os alemães foram surpreendidos pela renúncia de Bento 16, primeiro papa alemão em mais de mil anos. Eles receberam a notícia com um misto de surpresa e respeito, mas também um certo alívio. Joseph Ratzinger é uma figura controversa em seu próprio país. Grande parte da sociedade alemã o considera conservador demais.

Papa em missa de Ano Novo na Basílica de São Pedro, no Vaticano
Papa em missa de Ano Novo na Basílica de São Pedro, no Vaticano Reuters
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Do correspondente em Berlim, Marcio Damasceno

No pontificado de Bento 16, a Igreja vive uma profunda crise na Alemanha, com uma grande evasão de fiéis nos últimos anos. A eleição de Joseph Ratzinger foi recebida com empolgação no país. “Nós somos papa” foi a manchete histórica estampada na primeira página do tablóide Bild naquele 20 de abril de 2005, dia seguinte à escolha.

Entretanto, nos últimos anos, Bento 16 vinha sendo um alvo constante de críticas de seus compatriotas. Nesses oito anos de seu pontificado, o papa mais polarizou do que uniu os fiéis no país. Um indício disso foram os muitos protestos que acompanharam a última visita do papa à Alemanha, em 2011.

Os fieis alemães se dividiram basicamente em dois campos: os ortodoxos e tradicionalistas de um lado e os liberais de outro. Uns pedem mais autoridade e hierarquia, enquanto os progressistas reivindicam mais direitos para mulheres dentro da Igreja, para que elas possam, por exemplo, também rezar missas. Outra reivindicação dos reformistas é que os padres possam se casar, como acontece com os pastores da Igreja Evangélica Luterana. Muitos alemães se revoltaram com a falta de reação da Igreja aos seguidos escândalos de abusos de menores envolvendo padres.

"Quando ele foi eleito oito anos atrás, nós ficamos muito orgulhosos do nosso compatriota, o primeiro papa em mais de um século", lembrou a chanceler alemã, Angela Merkel, a respeito da trajetória do cardeal Joseph Ratzinger, nascido na Bavária (sul da Alemanha) no dia 16 de abril de 1927, e eleito chefe da Igreja Católica na semana em que completou 78 anos.

No país do papa, muitos consideram essa renúncia a chance de um novo começo, e para, quem sabe, uma modernização da Igreja.

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