Líder da esquerda não consegue formar governo na Itália

O líder da esquerda italiana, Pier Luigi Bersani, anunciou nesta quinta-feira, 28 de março de 2013, que não conseguiu formar uma maioria parlamentar estável para apoiar um governo chefiado por ele. O presidente Napolitano vai se encontrar pessoalmente com os líderes dos outros partidos nesta sexta-feira para tentar encontrar uma solução ao impasse político que já dura mais de um mês.

O líder da esquerda italiana, Pier Luigi Bersani, anunciou nesta quinta-feira, 28 de março de 2013, que não conseguiu formar uma maioria parlamentar para apoiar um governo chefiado por ele. Reuters

Pouco depois de uma reunião com o presidente da República italiana, Giorgio Napolitano, Bersani declarou à imprensa que as discussões com os outros partidos não haviam dado nenhum resultado.

O líder da esquerda explicou ter encontrado "dificuldades que derivam de entraves e condições inaceitáveis". Na quarta-feira, ele sofreu mais uma rejeição humillhante da parte do Movimento Cinco Estrelas, do ex-cômico Beppe Grillo, que recusa qualquer colaboração.

A coalizão encabeçada pelo partido Povo da Liberdade, do ex-premiê Silvio Berlusconi, que ficou em segundo lugar nas eleições, propõe há semanas uma coalizão a Bersani, mas este último recusa pois seu eleitorado de esquerda não aceitaria uma aliança com seu adversário político dos últimos vinte anos.

Agora é a vez do presidente da República, Giorgio Napolitano, tentar encontrar uma saída desse impasse político durante consultas com todos os partidos nesta sexta-feira.

O Partido Democrático de Bersani fez questão de precisar em um comunicado que ele não "renunciou" ao encargo que lhe havia sido confiado pelo presidente, ao contrário da interpretação feita pela mídia em geral.

Na última sexta-feira, o presidente Napolitano havia encarregado Bersani de "verificar a existência de um apoio parlamentar certo a um governo", uma tarefa quase impossível na ausência de uma maioria clara no parlamento.

O Partido Democrático conquistou a maioria absoluta na Câmara dos Deputados nas eleições legislativas realizadas no final de fevereiro, mas não no Senado, onde três forças antagônicas têm praticamente o mesmo peso: a esquerda, a direita de Silvio Berlusconi e o Movimento Cinco Estrelas.

Giorgio Napolitano terá que tomar uma decisão final levando em conta a urgência em dar à terceira economia da zona do euro um governo capaz de enfrentar os problemas econômicos e sociais. A Itália está em recessão há seis trimestres, o desemprego chega a quase 12% e as eleições legislativas, que terminaram sem uma maioria política clara no Parlamento, provocaram um aumento do spread, a diferença entre as taxas de juros pagas pela Itália e a Alemanha.