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Funcionários públicos fazem greve contra austeridade em Portugal

Funcionários públicos portugueses entream em greve hoje contra os cortes nos salários e aposentadorias anunciados pelo governo. Será o primeiro teste de mobilização dos trabalhadores desde o anúncio do rígido orçamento para 2014.

Protesto no dia 1/11/13 em Lisboa contra o orçamento 2014.
Protesto no dia 1/11/13 em Lisboa contra o orçamento 2014. REUTERS/Hugo Correia
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Adriana Niemeyer, correspondente da RFI em Lisboa

Ser funcionário público em Portugal sempre significou ter um emprego quase vitalício, com estabilidade e benefícios que o setor privado não proporcionava. Porém, nos últimos dois anos, o funcionalismo público passou a ser a classe trabalhadora que mais tem sido penalizada por cortes e arrochos do governo conservador de Passos Coelho.

O funcionalismo português já perdeu 30% dos salários e o próximo Orçamento de Estado prevê um novo corte para aqueles que ganhem mais de 600 euros, atingindo 90% dos 700 mil trabalhadores do Estado. A medida ainda está sendo discutida no parlamento, mas a maioria deverá aprovar um novo talho na ordem dos 8%.

A votação está marcada para o próximo dia 26, mas os funcionários decidiram entrar em greve nesta sexta-feira, não somente contra os cortes salariais mas também contra o aumento da carga do horário laboral e a melhoria dos serviços prestados a população. “Temos que defender a nossa dignidade que é desrespeitada a cada dia pelo governo”, afirmou Armênio Carlos, secretário-geral da CGTP.

A greve deve ter uma grande dimensão afetando os transportes, escolas, hospitais, coleta de lixo, bombeiros etc. Contando desta vez com a adesão de vários sindicatos que pertencem à outra central sindical, UGT.

O governo por sua vez comemora a divulgação dos novos índices de desemprego que caíram de 17% para 15,6%. Mas a oposição lembra que além do trabalho temporário e sazonal de verão, mais de 100 mil portugueses deixaram de aparecer na lista dos desempregados porque foram obrigados a emigrar por falta de oportunidade no país; e que um novo corte nos salários será um duro golpe na classe média já bem empobrecida.
 

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