Morre aos 80 anos o maestro italiano Claudio Abbado

O maestro italiano Claudio Abbado faleceu hoje em Bolonha, na Itália, aos 80 anos. Considerado um músico humanista e democrata, Abbado dirigiu as orquestras mais famosas do mundo, como a Filarmônica de Berlim, a Ópera de Viena e a Scala de Milão.

O diretor de orquesta Claudio Abbado (1933 - 2014).

Em dezembro do ano passado, Abbado renunciou ao seu salário de senador vitalício no Parlamento italiano para doar o dinheiro ao financiamento de bolsas de estudo para jovens músicos.

O maestro justificou a iniciativa, na época, dizendo que a música ajuda as pessoas a viver em sociedade. Próximo da esquerda italiana, durante sua carreira, ele deu diversos concertos em fábricas e escolas, com o objetivo de levar a música clássica à população mais pobre.

Abbado tem passagens por diversas orquestras na Europa. Entre 1979 e 1988, ele foi regente da Orquestra Sinfônica de Londres.

Em 1986, o maestro foi nomeado diretor musical da orquestra Staatsoper de Viena. Menos de três meses depois da morte do regente Herbert von Karajan, ele foi escolhido para dirigir a Orquestra Filarmônica de Berlim pelos próprios músicos, em 1989.

Maestro deixou mais de cem CDs

Abbado deixa mais de cem CDs gravados, que cobrem desde o repertório lírico italiano a composições do século XX.

O maestro diminuiu suas viagens a partir do ano 2000, quando teve um câncer de estômago diagnosticado, mas até o fim manteve as atividades de ensino da música para jovens compositores.

Em uma visita à Venezuela, Abbado ficou encantado com as centenas de orquestras jovens do país sul-americano e elogiou a escolha da música como instrumento de combate à criminalidade, à prostituição e ao tráfico de drogas.