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Ucrânia/Crise

Ultimato da Ucrânia expira sem rendição dos separatistas

O ultimato fixado pelas autoridades ucranianas para que os separatistas pró-Rússia depusessem suas armas até as 9h da manhã desta segunda (14) no horário local (3h em Brasília) não surtiu efeito. Os separatistas continuam em poder de dois prédios públicos na cidade de Slaviansk, a 150 km da fronteira com a Rússia. Moscou e Washington trocaram acusações na reunião de emergência do Conselho de Segurança realizada no domingo (13).

Homens armados ocupam prédio do governo na cidade de Slaviansk, Ucrânia.
Homens armados ocupam prédio do governo na cidade de Slaviansk, Ucrânia. REUTERS/Gleb Garanich
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04:48

Saiba mais sobre a região de Slaviansk

Nesta manhã, a bandeira russa seguia hasteada em frente ao quartel-general da polícia de Slaviansk, cidade de 150.000 habitantes na região de Donetsk, novo epicentro da crise ucraniana após a anexação da Crimeia. Homens encapuzados continuam a ocupar barricadas de sacos de areia posicionadas em frente ao prédio. Também nesta manhã, um novo carregamento de pneus foi trazido por um caminhão, com o objetivo de reforçar as barreiras. Um grupo de pelo menos 40 pessoas cerca a área em solidariedade aos rebeldes.

O mesmo se verifica no edifício do SBU, o serviço secreto ucraniano. As escolas e universidades da região cancelaram as aulas de hoje e pais foram aconselhados a não sair de casa com seus filhos. O clima de tensão é crescente desde domingo (13), quando o presidente ucraniano interino, Olexander Turtchinov, anunciou que uma grande operação militar de segurança seria iniciada se eles não depusessem as armas. O ultimato levou o Conselho de Segurança da ONU a convocar uma reunião de emergência.

Mesma tática da Crimeia

Na reunião de emergência do Conselho de Segurança, os ocidentais acusaram a Rússia de promover a tensão no leste da Ucrânia. Os russos dizem exatamente o contrário. A reunião havia sido convocada por Moscou após o anúncio do presidente interino da Ucrânia.

O embaixador russo na Onu, Vitali Tchurkine, disse que sangue já foi derramado e que é preciso evitar urgentemente uma nova escalada de violência. Ele pediu aos ocidentais, e principalmente aos Estados Unidos, que façam pressão sobre Kiev para que as autoridades parem de usar a força contra o povo ucraniano e iniciem um verdadeiro diálogo.

"É o Ocidente que vai determinar se a guerra civil na Ucrânia poderá ser evitada", disse Tchurkine, em tom de ameaça. Já a embaixadora americana, Samantha Power, retrucou acusando Moscou de ter criado a crise e manipular a instabilidade no leste da Ucrânia. Segundo ela, a tática empregada pelos russos é a mesma que foi usada na Crimeia, ex-território ucraniano anexado pela Rússia após um referendo.

Esta foi a segunda reunião do Conselho de Segurança dedicada à crise ucraniana, e como a Rússia tem direito a veto, um texto condenando as ações de Moscou não tem chance alguma de ser aprovado. As esperanças de uma saída diplomática estão depositadas numa reunião prevista para o dia 17 de abril, em Genebra entre Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e União Europeia.
 

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