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Ucrânia/Rússia

Putin acusa a Ucrânia de cometer “crimes graves” contra grupos pró-russos

O presidente russo, Vladimir Putin, foi à televisão nesta quinta-feira (17) para responder a perguntas enviadas pela população russa. Na entrevista, ele declarou que "somente o diálogo" vai resolver o conflito ucraniano e negou interferência direta no conflito no país vizinho.

O presidente russo, Vladimir Putin, durante coletiva nesta quinta-feira (17).
O presidente russo, Vladimir Putin, durante coletiva nesta quinta-feira (17). REUTERS/Alexei Nikolskyi/RIA Novosti/Kremlin
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Durante a longa entrevista, que durou quase três horas, Putin acusou o governo de Kiev de cometer um "crime grave" contra as minorias russas. “Em vez do diálogo, [as autoridades ucranianas] começaram a ameaçar a ainda mais e enviaram os tanques e a aviação contra a população civil. É, mais uma vez, um crime grave dos que estão no poder em Kiev". A Rússia não reconhece a legitimidade do governo interino na Ucrânia.

O presidente russo participa todos os anos dessa sabatina popular, mas, neste ano, a Ucrânia foi o assunto dominante. Segundo sondagens recentes, a opinião pública russa tem sido favorável à posição russa no conflito no país vizinho. Hoje, diante das câmeras, Putin qualificou de "besteira" as acusações de que teria enviado soldados para se infiltrarem na rebelião no leste da Ucrânia.

Vladimir Putin disse ainda que espera não ter que recorrer à força militar no leste da Ucrânia, mas acrescentou que fará todo o possível para ajudar a população dessa região a defender seus direitos. "Confio muito em não ter que usar este direito e que com meios políticos e diplomáticos conseguiremos resolver estes graves, por que não dizer gravíssimos problemas de hoje na Ucrânia". Moscou insiste, porém, que não está por trás da violenta revolta de russos nas províncias do leste da Ucrânia.

Reunião em Genebra

Os ministros das relações exteriores dos Estados Unidos, União Europeia, Ucrânia e Rússia estão reunidos hoje em Genebra a fim de negociar uma saída para a crise ucraniana, ou seja, para o confronto cada vez mais violento entre militantes pró-russos no leste do país e o governo em Kiev. Enquanto as negociações acontecem em Genebra,

O encontro é na verdade uma queda-de-braço geopolítica entre a Rússia e potências ocidentais. Moscou se sente ameaçada pela aproximação da Europa e do Ocidente com a Ucrânia – um país que passou quase toda a sua história sob a influência russa.

Desde a anexação da península da Crimeia por Moscou, autoridades ucranianas estão implorando para que Europa e Estados Unidos castiguem a Rússia. O governo russo defende hoje em Genebra a federalização da Ucrânia, isto é, a substituição de um governo central forte, como é hoje, por um sistema que dê mais autonomia às províncias do país onde vivem minorias russas. Mas o governo da Ucrânia acredita que federalizar o país é uma forma de abrir caminho para o desmantelamento do território e mais anexações por parte dos russos.

Se a reunião em Genebra fracassar, os Estados Unidos devem anunciar mais sanções contra a Rússia.

 *Colaborou Deborah Berlink, jornalista do jornal O Globo em participação especial para a RFI

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