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Rússia/ UE

Após sanções, Rússia denuncia retorno de “cortina de ferro”

A Rússia denunciou nesta terça-feira (29) o retorno da política de “cortina de ferro” entre Moscou e o Ocidente, depois do anúncio de novas sanções contra alvos russos e separatistas ucranianos pelos Estados Unidos e a União Europeia. O leste da Ucrânia permanece sob alta tensão, após uma segunda-feira violenta.

Ativista pró-rússo manifestam em Donetsk contra sanções impostas pela UE a Rússia.
Ativista pró-rússo manifestam em Donetsk contra sanções impostas pela UE a Rússia. REUTERS/Baz Ratner
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A União Europeia publicou hoje a nova lista de personalidades consideradas “responsáveis por ações que comprometem ou ameaçam a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia”. Uma vice-presidente do Parlamento, o chefe do estado maior do Exército russo e o do serviço de inteligência militar integram a lista, além líderes separatistas.

Ontem, os americanos anunciaram sanções contra mais sete autoridades russas e 17 empresas próximas ao presidente Vladimir Putin. O novo pacote de sanções também adotou medidas em relação às exportações de produtos de alta tecnologia que podem ser usados para as atividades militares russas.

Reação russa

Hoje, Moscou protestou contra as medidas. Segundo um vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, a ampliação das sanções ressuscita a política de “cortina de ferro” contra a Rússia. “As sanções atingem nossas empresas e o nosso setor de alta tecnologia. É o retorno do sistema criado em 1949, quando os países ocidentais tinham baixado uma cortina de ferro nas entregas de alta tecnologia para a URSS e outros países”, indignou-se. Essa expressão era usada pelos ocidentais para descrever a separação entre o leste e o oeste da Europa, instaurada pela antiga União Soviética.

“É uma política absolutamente contraprodutiva, que leva ao impasse uma situação que já está crítica na Ucrânia”, declarou outro vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Grigori Karassine. “Seria melhor fazer verdadeiros esforços coletivos e pressionar as autoridades de Kiev para iniciar um diálogo com as regiões ucranianas e cessar as operações de força contra o povo”, acrescentou.

Os europeus e americanos acusam Moscou de intensificar a crise na Ucrânia, ao realizar movimentações militares na fronteira com o país. Segundo a Otan, 40 mil soldados russos estão estacionados na divisa entre os dois países.

Tensão no leste

No leste ucraniano, a situação permanece tensa nesta terça, depois de um dia de violências e incidentes. Em Slaviansk, reduto dos separatistas há mais de duas semanas, permanecem as negociações para a libertação de sete observadores estrangeiros da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). “Todos estão vivos e em boa saúde”, disse o prefeito autoproclamado da cidade. Outros três oficiais ucranianos também são mantidos reféns, por serem considerados espiões ucranianos.

O prefeito pró-russo de Karkiv, Guennadi Kernes, ferido gravemente em um atentado na segunda-feira, foi transferido para Israel para tratamento médico. Segundo os separatistas, ele não corre risco de morte.

 

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