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Europa/Transportes

Táxis da Europa se unem em greve contra concorrência desleal

Nesta quarta-feira (11), nas principais capitais da Europa, os taxistas decidiram protestar contra as empresas de veículos de turismo com motorista, cuja concorrência consideram desleal. O movimento tomou conta de Paris, Londres, Roma e Madri.  

Os "Black Cabs" de Londres decidiram parar a Trafalgar Square.
Os "Black Cabs" de Londres decidiram parar a Trafalgar Square.
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A greve europeia contra os carros de turismo com motorista, chamados de VTC na França, partiu de Londres, lançada pelos famosos Black Cabs que prometem hoje interromper o trânsito em um dos principais cartões postais da cidade, Trafalgar Square.

Em Paris, centenas de táxis se concentraram nesta manhã nos arredores dos aeroportos de Roissy-Charles de Gaulle e Orly, impedindo inclusive que não grevistas aceitassem transportar passageiros. Em seguida, eles vieram em carreata para Paris provocando engarrafamentos gigantescos.

Já os motoristas italianos decidiram protestar de outra forma, optando por uma anti-greve, ou seja,  vão cobrar no maximo €10 pelas corridas.

Concorrência desleal

Esta greve inédita na Europa tem o objetivo de denunciar a concorrência desleal, segundo os taxistas, do modo operatório dos carros de turismo com motorista: eles podem ser chamados através de um aplicativo nos smartphones, não têm obrigação de passar por uma formação para dirigir um táxi (na Grã-Bretanha esta formação pode durar até cinco anos), além de cobrarem tarifas mais baratas.

Quatro anos depois de sua criação, a start-up da California, Uber, a mais lucrativa do setor, é o principal alvo da revolta dos taxistas europeus, tendo acumulado um capital de US$17 bilhões. Uber tem um aplicativo que permite chamar carros de turismo com motorista em 36 países.

Em várias nações europeias há propostas governamentais para regulamentar esta concorrência, mas os profissionais ainda não estão satisfeitos.

Na França, em somente três anos, os VTC abocanharam um quarto do mercado de transporte de pessoas. Sete federações de táxis se mobilizaram contra as propostas de lei feitas pelo deputado socialista Thomas Thévenoud para acalmar o jogo. Entregues em abril passado ao primeiro-ministro Manuel Valls, o projeto sugere um enquadramento mais restrito dos VTC, que aproveitaram a falta de táxis nas horas de "rush" para conquistar o seu espaço. Outros pontos da proposta do deputado é aumentar o número de táxis e facilitar a busca de clientes equipando os veículos com sistemas de localização.

A Intersindical de táxis francesa é contra as federações e apoia o projetos, que também inclui, uma pista reservada aos táxis nas rodovias que ligam Paris aos aeroportos de Orly e de Roissy Charles de Gaulle.

Na Grã-Bretanha, a Suprema Corte de Justiça deve anunciar uma decisão em breve, um motivo a mais para os Black Cabs pararem o trânsito, tentando conscientizar o modo operatório da Uber, empresa que consideram agressiva e sem escrúpulos.

 

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