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Rússia/Sanções

Sanções russas podem custar até € 5,2 bi para a Europa

Enquanto os combates na Ucrânia se intensificam, as potências ocidentais e os russos travam uma guerra de sanções. Nesta quinta-feira (7), Moscou decretou uma proibição total da maior parte dos produtos alimentícios dos países que sancionaram a Rússia. Essa proibição, válida por um ano, pode significar um prejuízo de 5,2 bilhões de euros para a Europa. Os russos ainda ameaçaram fechar seu espaço aéreo para as ligações entre Europa e Ásia pela Sibéria, o que certamente aumentaria os gastos com combustíveis.

Rua do centro de Donetsk é coberta por escombros depois de ataque aéreo do exército ucraniano
Rua do centro de Donetsk é coberta por escombros depois de ataque aéreo do exército ucraniano REUTERS/Sergei Karpukhin
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Para a União Europeia, essas medidas são "claramente políticas". O porta-voz da Comissão Europeia Frédéric Vincent afirmou que as sanções europeias e americanas eram diretamente ligadas à "anexação ilegal da Crimeia e à desestabilização da Ucrânia", diferentemente da resposta russa.

De acordo com o secretário adjunto do Tesouro americano, "os russos impõem sanções contra seu próprio povo" ao proibir a entrada de alimentos coisa, que, de acordo com ele, os Estados Unidos e seus aliados jamais fariam. "A política americana é de nunca sancionar comida, remédios e equipamentos médicos", afirmou David Cohen. Ele ainda garantiu que o impacto da medida será insignificante para a economia americana.

Problemas para a Europa

Os europeus já não podem dizer o mesmo. Em 2013, as exportações agrícolas para a Rússia somaram 11,8 bilhões de euros. A Rússia absorve um quarto dos produtos suínos da Europa, principalmente da Holanda, Alemanha e Dinamarca. Ao lado as frutas, queijos e legumes, a carne de porco é um dos principais produtos agrícolas exportado pela UE para a Rússia.

O comissário da UE para a Agricultura, Dacian Ciolos, convocou uma reunião de trabalho para analisar, neste fim de semana, o impacto econômico das restrições russas. De acordo com uma fonte europeia, "os russos procuram causar pânico e se a União Europeia ceder a isso, eles vencerão".

Guerra e paz

Nesta quinta, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) voltou a pedir hoje que a Rússia "não use a manutenção da paz como pretexto para fazer a guerra", em alusão ao aumento da presença militar russa na fronteira com a Ucrânia. Nos últimos dias, ela teria passado de 12 mil a 20 mil homens, de acordo com a organização.

Isso acontece em um contexto particularmente delicado, em que os combates aumentam de intensidade e, pela primeira vez, chegam ao centro de Donetsk, principal reduto separatista no leste do país. Em visita a Kiev, o secretário geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen prometeu apoio à Ucrânia e afirmou que a ajuda russa aos separatistas aumentou não só em intensidade, mas em "sofisticação".

Ofensiva contra Donetsk

Mas, no front, o que se vê é a intensificação da ofensiva governista. Donetsk teve um hospital atingido por um míssil e a prefeitura, transformada em base pelos rebeldes, foi alvo de tiros de artilharia. Em meio ao confronto, o "pirmeiro ministro" separatista da cidade, o cidadão russo Alexandre Borodai, anunciou sua demissão.

Nesta quinta-feira (7), Kiev decidiu anular o cessar-fogo na região onde foi abatido um avião comercial da Malaysia Airlines no dia 17 de julho, já que as buscas dos restos mortais das 298 vítimas estão suspensas até segunda ordem por razões de segurança. De acordo com a ONU, a ofensiva deixou 1100 mortos e quase 300 mil refugiados em quatro meses.

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