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Rússia/ imprensa

Jornalistas de emissora britânica são agredidos na Rússia

Uma equipe de jornalistas da rede britânica BBC foi agredida durante uma reportagem em Astrakhan, no sul da Rússia. A Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) ressalta que há “uma clara intimidação da imprensa independente na Rússia”.

Sede da BBC em Londres.
Sede da BBC em Londres. REUTERS/Olivia Harris
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A emissora informou que os jornalistas realizavam uma reportagem sobre soldados mortos perto da fronteira com a Ucrânia, em meio ao conflito no país vizinho. A Rússia sempre negou estar enviando armas e tropas para combater ao lado dos separatistas pró-russos, que desejam independência em relação ao governo da Ucrânia.

“A nossa equipe foi violentamente agredida. A câmera deles foi destruída e depois levada”, disse um comunicado divulgado pela BBC. O texto afirma que “homens não-identificados” bateram nos três jornalistas, “em um ataque premeditado”. O porta-voz da rede, James Hardy, esclareceu que o cinegrafista ainda estava recebendo tratamento médico em decorrência do espancamento.

Interrogatório e imagens apagadas

Depois das agressões, os três repórteres foram levados para uma delegacia, onde foram interrogados por quatro horas. “Depois, eles perceberam que os cartões de memória dos equipamentos de gravação foram apagados”, destaca a emissora.

“As agressões e a destruição do material e das gravações demonstram uma clara tentativa premeditada de impedir os jornalistas credenciados de fazer uma reportagem”, considera a BBC, que pede a realização de uma investigação sobre o caso. O porta-voz da polícia da cidade indicou que a denúncia está sendo apurada.

Pelo menos um membro da equipe é britânico, Steve Rosenberg. Ele divulgou uma entrevista com uma mulher que afirma ter perdido o irmão, o soldado Konstantin Kouzmine, na fronteira russo-ucraniana.

Intimidação

A representante da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa para as questões de liberdade de imprensa, Dunja Mijatovic, considerou os ataques “totalmente inaceitáveis”. “Nós assistimos a uma clara intimidação da imprensa independente na Rússia”, afirmou.

De acordo com a ONG russa Zabiti Polk (“regimento esquecido”, em tradução livre), o soldado citado na entrevista era um dos diversos militares russos que servem na Chechênia e foram enviados para a região de Rostov, na fronteira com a Ucrânia, onde foram mortos em circunstâncias não esclarecidas. Organizações de defesa dos direitos humanos estimam que pelo menos 200 soldados russos morreram em combates no leste da Ucrânia.
 

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