Suspeito de corrupção, ex-premiê português José Sócrates é preso
O ex-primeiro-ministro socialista português José Sócrates foi detido nesta sexta-feira (21), sob a suspeita de fraude fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção, informou o Tribunal Geral de Justiça no sábado (22). Sócrates, 57 anos, foi detido durante a tarde, no horário local, ao chegar no aeroporto de Lisboa. Ele comparecerá diante de um juiz neste sábado.
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Sócrates é uma das quatro pessoas detidas nos últimos dias, das quais três foram ouvidas na sexta-feira, destacou o ministério público em um comunicado. As investigações resultaram em batidas em diversos locais, por mais de 60 funcionários da justiça, fisco e polícia.
Segundo o ministério público, os suspeitos são investigados por operações bancárias e transferências de dinheiro de origem desconhecida. A promotoria salienta que o caso não tem relação com a operação 'Monte Branco', que em julho levou à detenção do presidente do banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado.
O ex-premiê comandou o governo português de 2005 até junho de 2011, quando sofreu uma dura perda nas eleições legislativas antecipadas, após aderir a um plano de ajuda financeira internacional, no auge da crise econômica e financeira no país. Em contrapartida, o governo português se comprometeu a assumir severas medidas de austeridade, que impactaram no desenvolvimento do país.
Partido Socialista em momento delicado
Na votação, o Partido Social Democrata (PSD) saiu vitorioso, levando Pedro Passos Coelho ao posto de primeiro-ministro, cargo que ocupa até hoje. Já Sócrates se afastou da direção do Partido Socialista, do qual era secretário-geral desde 2004.
A prisão ocorre em um momento delicado para o Partido Socialista. Neste sábado, o prefeito de Lisboa, Antônio Costa, deve ser designado secretário-geral da sigla, o maior partido da oposição.
Na semana passada, Portugal foi sacudido por outro escândalo de corrupção, chamado de "vistos de ouro", envolvendo a concessão fraudulenta de vistos para investidores estrangeiros. Vários altos funcionários do Estado foram presos. O escândalo levou à renúncia do ministro do Interior do atual governo de centro-direita, Miguel Macedo.
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