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Portugal/escândalo

Em carta aberta, José Sócrates diz ser vítima de “humilhação gratuita”

O ex-premiê português José Sócrates, detido desde a semana passada acusado de fraude fiscal e lavagem de dinheiro, enviou uma carta para o jornal Público e à rádio STF nesta quinta-feira (27). No texto, ele declara inocência e diz ser vítima de uma “humilhação gratuita”.  

O ex-primeiro ministro José Sócrates escreve carta na qual declara inocência.
O ex-primeiro ministro José Sócrates escreve carta na qual declara inocência. REUTERS/Rafael Marchante
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Rompendo o silêncio desde a sua prisão preventiva há uma semana, José Sócrates, 57, enviou uma carta aos dois principais veículos de comunicação portugueses. Ao longo de oito parágrafos, ele rebate as acusações e escreve que pretende “desmentir as falsidades lançadas sobre mim e responsabilizar os que as engendraram”.

“A minha detenção para interrogatório foi um abuso e o espetáculo montado em torno dela uma infâmia; as imputações que me são dirigidas são absurdas, injustas e infundamentadas; a decisão de me colocar em prisão preventiva é injustificada e constitui uma humilhação gratuita”, escreveu José Sócrates.

À agência Lusa, o advogado João Araújo informou que a detenção do seu cliente “fere a legalidade”. João Araújo disse ainda irá apresentar no Tribunal da Relação de Lisboa na próxima semana.

Na noite desta segunda-feira (24), a Justiça portuguesa surpreendeu ao decidir manter José Sócrates na prisão. Segundo a legislação em vigor no país, o ex-premiê pode ficar preso por até um ano aguardando o início do julgamento. “Defender-me-ei com as armas do estado de Direito - são as únicas em que acredito. Este é um caso da Justiça e é com a Justiça Democrática que será resolvido”, declarou o ex-premiê.

Entenda o caso

O ex-premiê do Partido Socialista foi preso na última sexta-feira (21) no aeroporto de Lisboa quando desembarcava de um voo vindo de Paris. Escutas telefônicas efetuadas pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), há cerca de um ano, revelaram um esquema de desvio de dinheiro para contas bancárias no exterior, efetuadas por um amigo de infância de Sócrates.

Segundo a imprensa portuguesa, ele precisa explicar um patrimônio de € 20 milhões (R$ 62 milhões) em contas associadas ao seu nome. A polícia rastreou uma série de movimentações ilegais. O motorista do ex-premiê, João Perna, também preso, declarou à polícia que entregava regularmente dinheiro em espécie para Sócrates em Paris. Os valores não eram declarados ao Fisco.

 

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