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Grécia/Eleições

Samaras pede para gregos evitarem “acidente” com eleição da esquerda radical

O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, do partido conservador Nova Democracia, fez seu último comício de campanha na noite desta sexta-feira (23) no estádio olímpico de Atenas. A Grécia vai às urnas no próximo domingo para renovar as 300 cadeiras do Parlamento e todas as pesquisas apontam a vitória do partido da esquerda radical Syriza. “Evitem esse acidente”, disse o premiê.

O primeiro-ministro grego Antonis Samaras fez o último discurso nesta sexta-feira.
O primeiro-ministro grego Antonis Samaras fez o último discurso nesta sexta-feira. REUTERS/Alkis Konstantinidis
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Enviada especial da RFI a Atenas

Samaras reconheceu os sacrifícios que impôs aos gregos nos últimos dois anos, mas pediu aos eleitores que não permitam um retorno da Grécia ao passado, distante dos parceiros europeus. O premiê lembrou que em 2012, quando assumiu o governo, o país enfrentava uma grave crise política e estava à beira da falência. Ele insistiu que não teve outra alternativa a não ser cumprir as exigências dos credores internacionais (FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu). “Não vamos permitir que o Syriza leve a Grécia de volta ao passado”, afirmou Samaras diante de 2,5 mil militantes.

A esquerda radical quer suspender o programa de austeridade e renegociar a dívida de € 320 bilhões da Grécia com a União Europeia e o FMI. O líder do Syriza, Alexis Tsipras, defende a adoção de políticas sociais, o restabelecimento do salário mínimo para € 751 (que tinha sido reduzido para € 586 euros) e do 13º mês para os pensionistas com rendimentos abaixo de € 700, entre outras medidas expansionistas.

Pobreza

Os dois anos do governo Samaras foram particularmente duros para os gregos. As medidas de austeridade aplicadas a partir de 2010 tiveram impacto durante a gestão de Samaras. Nesse período, o desemprego chegou a ultrapassar 28%, antes de recuar para 25,5% no final do ano passado.

ONGs estimam que em quatro anos 3 milhões de gregos foram excluídos do sistema público de saúde. Os salários e aposentadorias sofreram cortes de 30% em média. A garantia do seguro desemprego recuou para um ano. Cerca de 30% da população caiu para abaixo da linha da pobreza. A pior constatação é que apesar de todos esses sacrifícios, a dívida grega passou, de 2010 a 2014, de 110 para 175% do PIB.

Toda a campanha dos conservadores foi baseada no medo. Vendo a vitória da esquerda radical, como apontam as sondagens, Samaras disse que fez o possível para evitar que a Grécia tenha “um chefe de governo comunista como na Coreia do Norte”.

Pesquisas apontam vitória do Syriza na Grécia

Cinco pesquisas publicadas na noite desta sexta-feira em Atenas apontam o Syriza em primeiro lugar, com 33% a 31% das intenções de voto. A Nova Democracia é a segunda colocada, com 26% a 30%. A grande incógnita é o terceiro colocado. Os institutos estão divididos entre o novo partido de centro-esquerda To Potami e os neonazistas do Aurora Dourada. Pela legislação eleitoral grega, quando nenhum partido obtém a maioria absoluta das 300 cadeiras do Parlamento, os três primeiros colocados são chamados a formar um governo pela ordem de chegada. O principal temor é que os neonazistas se encontrem nessa posição de força. Cerca de 10% dos eleitores estão indecisos.

06:17

Ouça reportagem da enviada especial a Atenas

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