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Grécia/Austeridade

Grécia se alia à OCDE e propõe programa alternativo para Eurogrupo

Os ministros das Finanças da zona do euro se reúnem nesta quarta-feira (11) em Bruxelas para discutir a situação da Grécia. O objetivo é encontrar um programa que substitua o pacote de resgate de € 240 bilhões concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a União Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) em troca de um rigoroso ajuste fiscal.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e membros do governo aplaudem o voto de confiança do Parlamento em Atenas.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e membros do governo aplaudem o voto de confiança do Parlamento em Atenas. REUTERS/ Alkis Konstantinidis
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Os novos dirigentes gregos de extrema-esquerda propõem, no lugar das medidas de austeridade, um novo projeto de desenvolvimento para o país. O primeiro-ministro Alexis Tsipras quer contar com uma linha de crédito de emergência até junho. Nesse meio tempo, a nova equipe vai elaborar um plano de investimentos para a economia grega a longo prazo.

O governo grego concorda em aplicar 70% das reformas sugeridas pelos credores, mas quer substituir os 30% restantes por um programa de estímulo ao crescimento que será concebido em parceria com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), um fórum de 30 países considerados liberais.

Tsipras também espera obter novas fontes de financiamento. Atenas deseja recuperar, por exemplo, € 1,9 bilhão de lucro que o BCE ganhou com a revenda de títulos do Tesouro grego, além de receber autorização para emitir novos bônus acima do limite autorizado pelo banco.

OCDE propõe ajuda à Grécia

O secretário-geral da OCDE, Angel Guria, reuniu-se hoje, em Atenas, com o primeiro-ministro do Syriza. Guria afirmou que vai mostrar ao governo grego mecanismos que ajudaram outros países em dificuldades a superar problemas estruturais. Tsipras disse que a cooperação com a OCDE visa definir um conjunto de reformas com "objetivo social". 

Ontem, o premiê voltou a dizer, em seu discurso por ocasião do voto de confiança de seu governo no Parlamento, que a Grécia não quer receber a parcela de € 7,2 bilhões de empréstimo prevista para o mês de fevereiro. Mas a Alemanha não dá o menor sinal de que pretenda ceder. O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, insiste que o governo grego deve cumprir os compromissos assinados pelos governos precedentes.

O Eurogrupo não deve divulgar nenhuma posição sobre a Grécia antes de segunda-feira. Amanhã, Tsipras vai participar de sua primeira cúpula de líderes da União Europeia em Bruxelas. Em seguida, o Eurogrupo vai se reunir uma segunda vez antes de dar seu parecer.

Rússia e China entram no circuito

O BCE declarou que, por enquanto, os bancos gregos não estão ameaçados de falência. Porém, prevendo uma longa queda de braço com os europeus, Atenas procura outros parceiros para investir no país.

O ministro das Relações Exteriores grego, Nikos Kotzias, é recebido nesta quarta-feira em Moscou pelo colega russo Serguei Lavrov. Especula-se que a Rússia poderia ajudar a Grécia em caso de fracasso das negociações com o Eurogrupo.

A intransigência dos europeus dá ideias para outros investidores ocuparem o terreno. Nesta quarta-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, telefonou a Tsipras para cumprimentá-lo pela vitória na eleição de 25 de janeiro e convidou o líder grego a visitar a China. 

Logo que assumiu o cargo, Tsipras suspendeu a privatização do porto de Pireus, em Atenas. A decisão preocupou os chineses, que são candidatos à compra da participação majoritária (67%) no porto por meio da companhia Cosco.  

Satisfeitos com a coragem com que os novos dirigentes têm enfrentado as autoridades europeias, os gregos programaram novas manifestações de apoio ao governo em várias cidades do país.

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