Tsipras e Merkel não chegam a acordo sobre crise grega

Assim como previsto, nenhum acordo sobre a Grécia foi fechado na reunião entre o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras e a chanceler alemã Angela Merkel que aconteceu nesta quinta-feira (20). O aviso foi dado por Merkel logo ao chegar na Cúpula Europeia, “não esperem uma solução, não esperem avanços”, declarou.

Líderes europeus em reunião de cúpula em Bruxelas em 19.03.2015. REUTERS/Emmanuel Dunand/Pool

A discussão sobre a crise grega, que aconteceu em um encontro paralelo à Cúpula, serviu basicamente para identificar os pontos comuns e as divergências. O governo grego se comprometeu a apresentar, nos próximos dias, uma lista com reformas concretas.

Atenas e Berlim sabem que a real possibilidade de avanço está na primeira visita de Tsipras à líder alemã, na próxima segunda-feira (23). Se a Grécia não receber a próxima parcela de €7,2 bilhões antes do final deste mês, o país pode voltar para a recessão e até mesmo dar um calote em sua dívida soberana. Em Bruxelas, o premiê grego acusou os credores de “estarem segurando as cartas vermelhas” e pediu iniciativas políticas corajosas ao bloco europeu.

EU mantém sanções contra a Rússia

Neste segundo e último dia de reunião, os líderes da União Europeia decidiram manter as sanções contra a Rússia até que os termos de cessar-fogo do acordo de paz de Minsk sejam cumpridos. Se houver violação do acordo no leste da Ucrânia, as sanções serão prolongadas. Apesar dos interesses divergentes e estratégicos na Rússia dentro da UE, os países do bloco têm tentado buscar coesão em relação às ações contra Moscou. Preocupados com a dependência do gás russo, os dirigentes europeus aprovaram nesta sexta-feira a criação de uma União Energética para garantir o abastecimento de energia no continente.

Outra questão a ser debatida em Bruxelas é a situação na Líbia, onde a instabilidade política tem se agravado com o aumento do terrorismo e do descontrole dos fluxos migratórios para a Europa. Os líderes europeus devem expressar apoio aos esforços de mediação da ONU, que tenta convencer as facções líbias a formar um governo de unidade nacional no país.