Polícia da Espanha prende 11 militantes islâmicos na região de Barcelona
A polícia espanhola prendeu na manhã desta quarta-feira (8) 11 pessoas em uma operação contra militantes islâmicos na região de Barcelona, na Catalunha. Os suspeitos são acusados, entre outros crimes, de ligação com o grupo Estado Islâmico. As detenções de hoje são uma consequência da prisão, em dezembro, de jihadistas na fronteira da Bulgária com a Turquia, incluindo o brasileiro Kayke Luan Ribeiro Guimarães, de 18 anos, radicado na Espanha.
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Em um comunicado, a polícia espanhola declarou que alguns dos suspeitos detidos tinham "a intenção explícita de cometer um atentado". No grupo de 11 detidos, cujas idades variam de 17 a 45 anos, há cinco espanhóis e um paraguaio convertidos ao Islã. Os outros cinco suspeitos têm a nacionalidade marroquina. Apenas uma mulher faz parte do grupo. A polícia informou pelo Twitter que as detenções aconteceram nas cidades de Barcelona, Sabadell, Terrassa, Sant Quirze del Valles e Valls.
Os policiais apreenderam documentos e fotografias de locais que poderiam ser alvo de atentados, segundo uma fonte próxima da investigação. A mesma fonte disse que não havia "um plano concreto" de ação.
Mesmo grupo que influenciou brasileiro
O secretário de Segurança do governo da Catalunha, Ramon Spadaler, explicou que em nenhum momento os detidos representaram um risco para a população, "porque eles estavam sendo vigiados pela polícia". Segundo Ramon, a célula jihadista desmantelada hoje é a mesma que enviou o brasileiro Kayke Guimarães e mais três pessoas à Bulgária, em dezembro passado. Um quarto suspeito está foragido, mas é procurado por meio de um mandado de prisão internacional.
O secretário catalão afirmou que o fenômeno do jihadismo "está instalado na região", mas ele garante que "a polícia é capaz de detectar e combater os processos de radicalização".
Mesquitas pregam corrente radical do Islã
De acordo com o ministro do Interior da Espanha, Jorge Fernandez Diaz, das 1.264 mesquitas existentes no país, 98 adotaram "a corrente mais radical do Islã, o salafismo". "E a maioria, umas 50, estão na região da Catalunha", acrescentou. O salafismo é um ramo do islamismo sunita que exige pureza e a rejeição de qualquer Islã salvo o dos primórdios. Essa interpretação inspira ações violentas de vários grupos terroristas islâmicos.
Desde o início do ano, as autoridades prenderam 30 pessoas suspeitas de envolvimento com o terrorismo islâmico e desmantelaram várias redes de recrutamento de jovens combatentes na Espanha. Os enclaves de Melilla e Ceuta, no Marrocos, também foram alvo de operações antiterroristas. As autoridades espanholas monitoram os candidatos à Jihad (luta santa) e os projetos de viagem para treinamento e combate na Síria e no Iraque.
No início de abril, a justiça espanhola mandou prender uma mulher marroquina, residente na região de Barcelona, que planejava enviar os filhos gêmeos, menores de idade, para combater o regime na Síria. A mulher já tinha feito a mesma coisa com um filho mais velho. A polícia espanhola acredita que o rapaz morreu na Síria.
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