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UE/ Mercosul

“Com vontade política”, acordo da UE com Mercosul avançaria, diz europeu

Enquanto as negociações de um acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul seguem em um impasse, Brasil e os europeus poderiam avaliar maneiras de ampliar a cooperação bilateral. A constatação é do diretor de comércio com a América Latina da Comissão Europeia, Matthias Jorgensen. Ele avalia, entretanto, que "se houver vontade política suficiente”, o acordo entre os dois blocos “pode avançar".

A reunião de quinta-feira vai contar com a participação da comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmström (foto de arquivo).
A reunião de quinta-feira vai contar com a participação da comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmström (foto de arquivo). European Commission
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Os negociadores do Mercosul e da União Europeia voltarão à mesa de negociações nesta quinta-feira, em uma reunião à margem da 2a Cúpula da Celac-UE. Será a primeiro encontro de alto nível desde 2013, quando o diálogo mais uma vez foi bloqueado. Entre os sul-americanos, a maior resistência em acelerar o processo vem da Argentina, que teme perder espaço no comércio com os parceiros regionais.

“Certamente, os dois lados estão implicados no mais alto nível [para o sucesso do acordo com o Mercosul]. Mas como alguns de vocês notaram, essas negociações estão em curso nos últimos 16 anos. Nós queremos que essas negociações avancem”, destacou Jorgensen, em uma mesa redonda sobre normas de regulação no bloco europeu e no Brasil, em Bruxelas. “Se nós tivermos vontade política suficiente, temos que avançar”, indicou o negociador.

Pragmatismo

Jorgensen sublinhou que chegou a hora de tratar o assunto de maneira “pragmática”. Ele citou a aproximação comercial da União Europeia com a Coreia do Sul e a Colômbia, com os quais os europeus concluíram acordos bilaterais de livre-comércio.

“A questão é que, hoje em dia, os recursos são limitados. Nós precisamos ter a certeza de que, se colocarmos recursos, vamos chegar a resultados”, ressaltou.

Uma alta fonte da Comissão Europeia envolvida nos diálogos observou que a queda das barreiras comerciais com o bloco sul-americano permanece “uma prioridade”. No entanto, o lado europeu teme que, mais uma vez, o calendário de ação para a concretização do acerto seja ignorado. “Precisamos de propostas concretas”, destacou a fonte.

A presidente Dilma Rousseff também indica determinação em fazer o acordo sair da promessa de intenções. Em uma entrevista ao jornal belga Le Soir, ela declarou que “completar a relação comercial” com a União Europeia “é uma prioridade”, mas que esse objetivo “não depende só” do Mercosul.

Dilma chega a Bruxelas nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira para integrar a delegação da Celac na reunião com a União Europeia. Mas a diplomacia brasileira não esconde que os principais avanços que o Brasil pode conseguir na parceria com os europeus acontecem no âmbito bilateral - e não em uma cúpula que envolva tantos países quanto este evento, com duração de pouco mais de 24 horas.

Primeira viagem à Europa do segundo mandato

No total, 61 países vão participar da segunda cúpula de chefes de Estado e de governo das duas regiões. A pauta de discussões é ampla: vai do desenvolvimento econômico ao combate ao tráfico de drogas, da questão migratória à luta contra pobreza.

Essa será a primeira viagem da presidente à Europa desde assumiu o segundo mandato. Dilma aproveita a visita para fazer uma série de reuniões bilaterais. Estão previstos encontros com a chancelar alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, entre outros líderes europeus. O retorno ao Brasil está previsto para quinta-feira à tarde, logo após o encerramento da cúpula.

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