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França/Previdência

Segunda greve do mês na França perturba transportes e cancela voos

Após a aprovação da reforma da aposentadoria francesa por deputados, trabalhadores vão novamente às ruas nesta quinta para protestar. Segundo pesquisa do jornal "L'Humanité", 68% dos franceses apoiam a mobilização, que prejudica transportes e aeroportos, e fecha escolas e serviços públicos.

Segunda greve geral em menos de um mês na França. Paralisação atinge principalmente os transportes.
Segunda greve geral em menos de um mês na França. Paralisação atinge principalmente os transportes. Reuters
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A França tem mais um dia de greve geral nesta quinta-feira para protestar contra a polêmica reforma da previdência proposta pelo governo de Nicolas Sarkozy. Mais de duzentas manifestações estão previstas em todo o país.

O transporte coletivo está perturbado em Paris, sobretudo os trens que ligam a periferia ao centro da capital. Nos aeroportos, foram cancelados 50% dos voos de Orly e 40% das decolagens e aterrissagens no aeroporto Charles de Gaulle, o maior do país. O tráfego ferroviário também foi afetado. Somente metade dos trens previstos para hoje está circulando.

Segundo o Ministério da Educação francês, 25% dos professores aderiram à greve. Em Paris, os sindicatos organizam uma grande passeata a partir das 13h, horário local, saindo da praça da Bastilha.

Segundo uma pesquisa realizada pelo instituto CSA para o jornal L'Humanité, 68% dos franceses apóiam a mobilização.

O projeto do governo tem como principal medida elevar a idade mínima da aposentadoria de 60 para 62 anos, até 2018. O texto já foi aprovado pelos deputados na semana passada e tramita atualmente no Senado, onde deverá ser votado no início de outubro.

Esta é a segunda greve em menos de um mês, convocada pelos principais sindicatos de trabalhadores franceses. Na última grande paralisação, realizada em 7 de setembro, entre 2,5 milhões e 3 milhões de pessoas, segundo os sindicatos, e 1 milhão, de acordo com o governo, participaram das cerca de 200 manifestações realizadas em todo o país.

No país famoso por suas greves, apenas 8% dos trabalhadores são sindicalizados

Apesar de ainda serem capazes de levar milhares de pessoas às ruas, os sindicatos da França têm poucos afiliados em comparação com os sindicatos de outros países europeus.

O índice de sindicalização na França é de 8%, contra 19% na Alemanha e 27% no Reino Unido, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Apesar disso, os franceses são vistos como grevistas inveterados, que não hesitam em protestar nas ruas e gritar forte contra as reformas do governo.

Seriam os franceses os campeões europeus da greve? As opiniões divergem. Para alguns analistas, ao contrário da imagem difundida pelo mundo, a França está na média europeia.

Já o Observatório Europeu das Relações de Trabalho indica que, entre 2005 e 2008, a França registrou uma média de 132 dias trabalhados por ano, ou seja, menos do que no resto da Europa.

Outros dados indicam que, em 2008, a França teve 1 milhão e 400 mil dias não trabalhados em função de greves no país. O cálculo foi feito multiplicando o número de dias não trabalhados pelo número de grevistas.
 

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