Apesar de empurrar para frente, Lula pode decidir ainda esse ano compra de caças

A decisão sobre a compra dos 36 caças que irão renovar a Força Aérea Brasileira ainda pode ser anunciada antes do fim do mandato de Lula, apesar do presidente ter declarado, nesta segunda-feira, que a escolha caberá à Dilma Rousseff.

Rafale em voo Fuente: Wikipedia

Em entrevista à Rádio França Internacional, o professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Antônio Jorge, disse que a ideia, com o anúncio, era incluir a presidente Dilma no processo de negociação.

O anúncio do vencedor da licitação para a compra dos caças deveria ser feito antes do fim deste ano, mas ontem, em entrevista exclusiva à TV Brasil, o presidente Lula disse que vai deixar a decisão para a presidente eleita, Dilma Rousseff.

Ainda segundo Antônio Jorge, apesar de "uma reaproximação estratégica do governo brasileiro com os Estados Unidos", o caça F-18 da Boeing estaria praticamente fora da disputa. Ele acha que o Brasil vai escolher o francês Rafale ou o sueco Gripen.

Já para Nelson During, do site DefesaNet, a decisão do governo brasileiro de empurrar pra frente a compra dos 36 pode comprometer os rafales franceses e beneficiar o norte-americano F18. During afirma que deve haver, no governo Dilma, um realinhamento estratégico do Brasil com os Estados Unidos.

A declaração do presidente Lula deve cair como uma ducha de água fria para o governo francês e para a Dassault, fabricante dos caças, que vem apostando tudo no contrato com o Brasil para, finalmente, fazer decolar o avião francês às exportações.

O processo de escolha foi iniciado ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, sob a sigla FX, mas acabou sendo suspenso e recomeçado no segundo mandato de Lula, já como FX-2. O francês Rafale concorre com o F/A-18 Super Hornet, da norte-americana, Boeing e com o Gripen NG, da sueca Saab.

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Taíssa Stivanin