Extrema-direita sai fortalecida nas eleições cantonais na França
A França realizou neste domingo o primeiro turno das eleições cantonais. Os socialistas ficaram em primeiro lugar, seguidos de perto pelo partido do presidente Nicolas Sarkozy. Mas o pleito, o último antes da presidenciais, foi marcado principalmente pela abstenção dos eleitores e o sucesso da Frente Nacional, o partido de extrema-direita francês.
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Os bons resultados da Frente Nacional entre os eleitores franceses no primeiro turnos das eleições cantonais realizadas neste domingo assustaram a esquerda e a direita do país. Após a divulgação dos votos, as lideranças políticas socialistas, centristas e conservadores pediram aos eleitores que votem nos tradicionais adversários, ao invés de optarem pela extrema-direita no segundo turno, no próximo domingo.
O Partido Socialista vai para o segundo turno na maioria das 394 localidades que devem escolher seus representantes na próxima semana. O partido do presidente Nicolas Sarkozy, UMP, foi o grande perdedor do primeiro turno e só será inscrito nas cédulas eleitorais em 89 circunscrições.
No pleito de ontem, o PS obteve 25,04% dos votos, o UMP, 17,07%, seguido de perto pela Frente Nacional, com 15,18%. Já os índices de abstenção bateram recordes e chegaram a 55,6%, lembrando que, na França, o voto é facultativo.
Marine Le Pen, presidente do partido extremista, que luta contra a imigração e é acusado de xenofobia, parabenizou a sigla e considerou os resultados deste domingo como "vitória histórica". De acordo com ela, o partido do presidente, que representa a direita clássica francesa, vem perdendo votos porque Sarkozy é cada vez mais impopular entre o eleitorado conservador. O aumento da adesão à Frente Nacional parece confirmar as primeiras pesquisas eleitorais divulgadas nas últimas semanas, indicando que Marine Le Pen poderá participar do segundo turno contra o candidato socialista, ainda não definido pelo partido da esquerda.
Nesta segunda-feira, o primeiro-ministro, François Fillon, pediu que a chamada "direita republicana" se una em torno de seus valores, enquanto o secretário-geral do partido, Jean-François Copé, relativizou os resultados, ressaltando que não existe a possibilidade de o UMP se aliar à Frente Nacional para vencer qualquer eleição. O Partido Socialista solicitou que, em caso de embate for entre UMP e Frente Nacional, o voto seja acordado ao partido de Sarkozy, a fim de bloquear o avanço da sigla de extrema-direita no país.
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