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França/Política

Socialistas e verdes voltam a discordar sobre energia nuclear na França

"É uma provocação!" Assim o deputado ecologista Noel Mamère qualificou as declarações de dois ministros socialistas sobre o programa francês de energia nuclear. O ministro do Interior, Manuel Valls, disse hoje que a energia nuclear "é incontestavelmente um setor do futuro". Ontem, o ministro da Recuperação Produtiva, Arnaud Montebourg, iniciou a polêmica ao defender o programa nuclear francês.

Arnaud Montebourg ao lado de sua mulher, a jornalista Audrey Pulvar.
Arnaud Montebourg ao lado de sua mulher, a jornalista Audrey Pulvar. AFP / THOMAS COEX
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Em entrevista ao canal de BFMTV, Arnaud de Montebourg disse ontem que a França precisa de energia nuclear "não muito cara" para manter a competitividade de seu setor industrial. O ministro da Recuperação Produtiva lembrou que o país "tem um trunfo extraordinário em suas mãos, que permitiu construir sua indústria e superar os choques do petróleo e a crise".

Para engrossar o caldo, Manuel Valls (Interior) afirmou na manhã de hoje que a França necessita de suas usinas nucleares e deve reformar o parque existente, principalmente os reatores que vão chegando ao fim de sua vida útil. Em relação à promessa de encerrar as atividades da usina nuclear mais antiga do país, de Fessenheim, Valls disse que ela será "fechada durante o mandato de cinco anos".

A questão da energia nuclear provoca um debate acalorado no país e no governo francês. O presidente François Hollande foi eleito com a promessa de reduzir de 75% para 50% a parte do nuclear no total da energia produzida na França até 2025. Porém, três meses depois de chegar ao poder, os verdes reclamam da demora dos socialistas em editar medidas de incentivo à cadeia de energias renováveis.

Representantes dos verdes, como a candidata derrotada no primeiro turno das presidenciais, Eva Joly, criticam a ambiguidade do PS. "A oposição ao nuclear está no DNA dos verdes", destacou Joly. O deputado Mamère evocou uma "provocação". "Se escutarem Montebourg e seus amigos, demoraria 200 anos para cumprir o objetivo de campanha", criticou Mamère.

A ministra da Habitação, Cécile Duflot, que assinou com o PS o acordo de coalizão, tentou contemporizar afirmando que "o importante são os atos, não as palavras".

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