Libertada no México, Florence Cassez chega à França

Livre após sete anos de prisão no México, Florence Cassez chegou à França por volta das 13h30 pelo horário local, onde foi recebida pelos seus familiares e uma multidão de jornalistas. No dia anterior ela havia sido libertada por decisão da Corte Suprema mexicana. 

A francesa Florence Cassez(centro) foi recebida no aeroporto Charles de Gaulle pelo ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius (à esq.). REUTERS/Christian Hartmann

O avião trazendo a francesa de 38 anos pousou no aeroporto de Paris Charles de Gaulle e ela deveria deixar o aparelho por uma escada lateral, levando diretamente à um tapete vermelho estendido na pista. Florence Cassez viajou ao lado do pai, Bernard Cassez, que a acompanhou quando deixou a prisão para mulheres de Tepepan, ao sul da Cidade do México, sob escolta policial.

A saída da francesa do país foi confirmada após a decisão da Corte Suprema do México de por fim à sua prisão. A Corte decidiu libertá-la diante da violação dos direitos fundamentais no processo pelo qual ela havia sido condenada a 60 anos de prisão por seqüestro, mas sem que ela fosse inocentada no caso, como havia pedido.

No aeroporto, Florence foi recebida pelos seus familiares mas também pelo chanceler francês Laurent Fabius e o ministro dos Transportes, Frédéric Cuvillier, ex- deputado eleito pela região norte da França, onde vive a família Cassez.

Na quarta-feira o presidente François Hollande comemorou a libertação de Florence, detida desde 2005, dizendo que se tratava do fim de um “período particularmente doloroso”.

Uma fonte do governo disse que Hollande estaria disposto a recebê-la no Palácio do Eliseu caso ela expressasse esse desejo.

O ex-presidente Nicolas Sarkozy , muito “emocionado e feliz” por sua libertação deve vê-la em breve. A mãe de Florence Cassez disse que sua filha havia pedido a Sarkozy que ele estivesse presente na sua chegada a Paris. A mãe dela se recusou a alimentar a polêmica sobre os diferentes métodos usados por Hollande e Sarkozy para atuar na sua libertação.

O ex-ministro do Interior, Claude Guéant, chamou de “golpe baixo” os comentários de que o método mais diplomático do governo Hollande teria sido mais eficiente que o do ex-presidente Nicolas Sarkozy.

Em 2011, o “caso Cassez” provocou uma crise diplomática entre a França e o México a ponto de o governo mexicano ter cancelado a participação do país nas comemorações do Ano do México na França, diante da decisão de Sarkozy de ter dedicado o evento à Florence Cassez.

Florence Cassez chegou ao México com 29 anos e foi detida em dezembro de 2005 junto com seu namorado Israel Vallarta, suspeito de comandar um grupos acusado de promove diversos seqüestros no país. No dia seguinte, uma montagem feita pela polícia fez com que aos olhos dos telespectadores mexicanos, ela se transformasse em “Florence, a diabólica”.  Depois de várias audiências em primeira instância e diversos recursos, ela foi condenada, em 2009, a 60 anos de prisão.