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Documentos comprovariam esquema de corrupção de Serge Dassault

O jornal francês Libération traz nesta quarta-feira (26) em reportagem de capa o que seriam as provas de que o milionário e político Serge Dassault comprou votos para a eleição municipal de 2009, quando seu apadrinhado se elegeu prefeito da cidade de Corbeil-Essones, na periferia da Paris. Os documentos vêm à tona exatamente um dia após Dassault ter classificado as acusações de “mentirosas”, neste que é um dos casos de corrupção mais rumorosos da França nos últimos anos.

Capa do jornal Libération com as supostas provas contra Dassault
Capa do jornal Libération com as supostas provas contra Dassault liberation.fr
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Entenda o Caso Dassault

Os documentos, que fazem parte das provas arroladas pelos magistrados na acusação a Dassault, foram colhidas no dia 25 de junho de 2013 em uma busca em sua casa, em Corbeil, cidade que ele governou entre 1995 e 2009. Trata-se de uma lista de eleitores, com cerca de 130 nomes, detalhando os favores recebidos por cada um deles.

Os benefícios incluem dinheiro, trabalho e cursos de formação. Os documentos ajudariam a demonstrar a existência de uma rede de favores construída por Dassault para se manter no poder. O milionário é o quinto homem mais rico da França e seu grupo empresarial é proprietário, entre outros, do jornal Le Figaro e da Dassault Aviation, que fabrica os aviões militares Rafale.

Favores em troca de votos

As listas de eleitores encontradas pela Justiça e divulgadas hoje pelo Libération reforçam os depoimentos das testemunhas Rachid Toumi e Mamadou Kébé, que admitiram ser os agentes eleitorais de Dassault nos bairros pobres da cidade. Eles descrevem um sistema piramidal em que grupos de jovens eram recrutados para convencer os eleitores e saber que tipo de favor queriam em troca.

As listas não poderiam ser mais detalhadas. São planilhas com campos que indicam “nome”, “valor pago”, “valor não pago” (e que em alguns casos se torna “pago” após a eleição) e “comentários” – é neste campo que aparecem as iniciais SD, de Serge Dassault, em vários momentos.

Eleição de 2008 anulada

O suposto suborno seria referente à eleição de 2009, quando Dassault, já impedido de concorrer devido às denúncias de compra de voto na eleição anulada de 2008, tentou emplacar o nome de Jean-Pierre Bechter, um dos seus braços direito. Bechter acabou eleito com uma vantagem de apenas 27 votos, demonstrando que o esquema de corrupção pode ter sido decisivo para manter o grupo de Dassault no poder.

Serge Dassault que, aos 88 anos, é senador da república, começou a responder formalmente às acusações a partir do dia 12 de fevereiro, quando o Congresso retirou a sua imunidade parlamentar.

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