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França/Síria

Governo lança plano para impedir que jovens franceses lutem na Síria

O governo francês apresenta nesta quarta-feira (22) um plano com medidas para “dissuadir, impedir e punir aqueles” que se sintam tentados a se tornarem jihadistas, informou o presidente François Hollande. Segundo o serviço secreto francês, 250 jovens do país estão atualmente na Síria para lutar contra o regime de Bashar-al Assad. Pelo menos 20 franceses já morreram nos combates.

O ministro francês dos Assuntos Europeus, Bernard Cazeneuve anunciou um plano para tentar impedir que jovens franceses partam para uma guerra santa na Síria.
O ministro francês dos Assuntos Europeus, Bernard Cazeneuve anunciou um plano para tentar impedir que jovens franceses partam para uma guerra santa na Síria. REUTERS/Christian Hartmann
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Para tentar conter o movimento de jovens franceses que decidem partir para a Síria para lutar ao lado de grupos radicais islâmicos, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, vai anunciar nesta quarta-feira uma série de medidas que vão desde a “prevenção” até a “punição”. Todos os meios serão utilizados com ênfase para o monitoramento de atividades na internet.

Segundo o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, cerca de 500 pessoas já teriam ido para a Síria com o objetivo de integrar milícias islâmicas radicais que lutam contra o presidente sírio Bashar Al-Assad.

Uma campanha para “sensibilizar” as famílias, os professores e as autoridades municipais será lançada. Segundo informações dos serviços antiterroristas franceses, geralmente são as próprias famílias que alertam a polícia quando percebem que um dos seus membros começa a adotar comportamentos ou discursos radicais. O governo reconhece, porém, os limites dessas campanhas. Os jovens que já são maiores de idade podem, facilmente, chegar à Síria atravessando clandestinamente a fronteira turca.

Menores jihadistas

Os menores de idade que partem para a Síria são minoria, mas o governo pretende instaurar a necessidade de uma autorização dos pais para que eles possam viajar para a Síria ou para países limítrofes. As autoridades também trabalham com a possibilidade de restringirem a concessão de passaportes a pessoas suspeitas de associação com movimentos radicais.

No entanto, para Dominique Thomas, especialista de islamismo radical na Escola de Altos Estudos de Ciências Sociais de Paris, as medidas têm um efeito limitado. No caso do monitoramento dos sites que fazem propaganda de atividades jihadistas, por exemplo, ele conclui que “se não se criminalizar a simples consulta desse tipo de site, como se faz para sites de pedofilia, isso não vai permitir que esse fenômeno diminua”.

Captura vídeo do documentário do canal de televisão BFMTV que mostra belgas e franceses jihadistas, que vão lutar na Síria.
Captura vídeo do documentário do canal de televisão BFMTV que mostra belgas e franceses jihadistas, que vão lutar na Síria. BFMTV/dailymotion.com

Grupos radicais da Síria

A oposição contra o regime do presidente sírio Bashar Al-Assad começou de forma moderada. Mas, ao longo dos meses, grupos islâmicos radicais e mercenários de países próximos, como a Líbia, também se infiltraram no movimento.

Um relatório das Nações Unidas aponta para quatro tipos de grupos em atuação na Síria: nacionalistas democráticos, islamitas sírios, nacionalistas curdos e radicais. Os últimos, aos quais se aliam os jovens franceses, são considerados responsáveis por vários crimes de guerra e por sequestros de estrangeiros.

A França condena o regime de Bashar-al Assad e apoia a oposição, desde que moderada.

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