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França/governo

Reforma ministerial do governo francês privilegia ala social-liberal do Partido Socialista

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, anunciou no final da tarde desta terça-feira (26) a composição de seu novo governo, depois da dissolução do gabinete na segunda-feira. Ele será formado por oito mulheres e oito homens, entre eles, Emmanuel Macron. O ex-secretário adjunto do Palácio do Eliseu foi escolhido para assumir a pasta da Economia, ocupada pelo dissidente Arnaud Montebourg.

O presidente François Hollande e o primeiro-ministro Manuel Valls, no palácio do Eliseu
O presidente François Hollande e o primeiro-ministro Manuel Valls, no palácio do Eliseu REUTERS/Philippe Wojazer
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O anúncio foi feito por volta das 18h pelo secretário-geral do Eliseu, Jean Pierre Jouyet. O ex-banqueiro Emmanuel Macron, próximo do presidente François Hollande, tem apenas 36 anos e era conselheiro econômico do chefe de estado francês. Adepto de uma linha mais liberal, Macron não é membro do Partido Socialista. Sua escolha mostra que Hollande e o primeiro-ministro Manuel Valls apostam em uma política menos focada na área social para enfrentar a alta do desemprego e a queda do crescimento na França.

A saída de Arnaud Montebourg, que provocou uma das maiores crises do governo francês, não foi exatamente uma surpresa. Em várias ocasiões, ele exprimiu suas dissidências em relação à política governamental, até anunciar que não faria parte do novo governo na última segunda-feira. Seus dois aliados, Aurélie Filipetti, ministra da Cultura, e Benôit Hamon, da Educação, também deixaram claro que não participariam do novo gabinete, que se reunirá pela primeira vez às 10h nesta quarta-feira.

Em entrevista ao canal France 2, o primeiro-ministro francês prometeu anúncios nas próximas 48 horas sobre a questão da moradia, e disse que submeteria seu governo a um voto de confiança na Assembleia Nacional. Ele também disse que "uma dissolução da casa" está provavelmente fora de cogitação.

A respeito da nomeação de Macron, Manuel Valls declarou que o novo ministro da Economia é "um belo símbolo" para a França. Questionado sobre a linha liberal de Macron, que marca uma ruptura ideológica em relação a Arnaud Montebourg, e uma mudança na política econômica do governo, ele declarou que era momento de "unir", "fazer as reformas necessárias" e "desbloquear o país."

Demissão de Montebourg é estratégica

Nos últimos dias, a imprensa francesa tem analisado a decisão de Montebourg como uma saída estratégica, que revela suas ambições políticas para 2017, nas próximas eleições presidenciais no país. Na análise da imprensa, Montebourg também considera ter mais peso político dentro do partido do que o próprio Valls - que ficou em quinto lugar nas primárias socialistas que escolheram o candidato do partido em 2012. Na ocasião, Montebourg ficou em terceiro lugar, com 17,19% dos votos.

A dança das cadeiras do governo francês também beneficiou a ex-ministra do Esporte e da Juventude, Najat Vallaud-Belkacem, que assume a pasta da Educação, e Fleur Pellerin, que substituiu Aurélie Filipetti na Cultura e Comunicação. Patrick Kanner assume o Ministério do Esporte e da Juventude no lugar de Najat Vallaud-Belkacem.

Outra novidade é a chegada de Thomas Thévenoud, nomeado secretário de Estado do Comércio Exterior e Turismo. Apesar dos boatos envolvendo a saída da ministra da Justiça, Christiane Taubira, todos os outros ministros permanecem nos seus respectivos cargos: dos 16 existentes, 12 foram mantidos.
 

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