Pilotos da Air France decretam fim da greve sem acordo com a direção
Os pilotos da Air France decidiram neste domingo (28) colocar um fim à greve da companhia que já durava 14 dias, mesmo sem um acordo com a direção. O anúncio foi feito pelo SNPL (Sindicato Nacional dos Pilotos de Linha), o maior da categoria, que representa 71% dos pilotos. Os voos devem voltar ao normal em no máximo três dias.
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Segundo a companhia, 45% dos voos serão assegurados neste domingo, incluindo o Paris-São Paulo, que decola às 23h30 e está confirmado. O fim da paralisação da Air France foi confirmado pelo porta-voz do SNPL, Guillaume Schmid. Ele lembrou que "as condições para um diálogo social ainda são inexistentes", mas a categoria espera dar continuidade às discussões em um contexto mais "calmo."
Os pilotos reivindicam um contrato único para os pilotos da Air France e da Transavia, filial low-cost da companhia. Para o presidente da companhia, Alexandre de Juniac, essa medida geraria custos suplementares de 2 a 3% e, financeiramente, anularia os ganhos obtidos com os voos da Transavia. Neste sábado, o sindicato voltou a se reunir com a direção, mas sem avanços nas negociações.
O Spaf, sindicato minoritário da categoria, informou que manterá a paralisação até terça-feira. Eles representam apenas 12% dos pilotos da companhia e deve afetar pouco os voos da empresa.
Premiê elogia “firmeza” do governo
O premiê francês Manuel Valls elogiou “a firmeza” do governo nas negociações durante a greve dos pilotos da Air France, que custou entre € 20 e € 30 milhões por dia à companhia. Em um comunicado, ele pediu que o "desenvolvimento da Air France fosse retomado, principalmente o de sua filial Transavia France, que representa um ponto a favor no mercado do low-cost, em plena ascensão".
Para o governo, a paralisação não se justificava depois da proposta feita pela direção da Air France de abandonar o projeto da filial Transavia Europa. Mas os pilotos temem que, sem o estabelecimento de um contrato único, eles percam os benefícios sociais que possuem atualmente. Esse temor é explicado pela possibilidade de transferência, ainda que temporária, para os quadros da Transavia.
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