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França/Acidente

Presidente da gigante petroleira Total morre em acidente de avião

Christophe de Margerie, presidente da gigante francesa do petróleo Total – uma das investidoras do pré-sal no Brasil –, morreu na madrugada desta terça-feira (21), em um acidente de avião, no aeroporto de Vnukovo, em Moscou. O jato particular Falcon 50 em que estava o executivo de 63 anos se chocou com um veículo de retirar neve no momento da decolagem, causando a morte de todos os quatro passageiros. O motorista do veículo que, segundo a polícia russa, estava bêbado na hora do acidente, não se feriu.

Christophe de Margerie, 63 anos, estava havia 40 na Total.
Christophe de Margerie, 63 anos, estava havia 40 na Total. DR
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Com informações da correspondente da RFI em Moscou, Muriel Pomponne.

A Total é a maior empresa francesa em receita líquida e uma das maiores do mundo no setor de energia. Também é uma das investidoras da exploração do campo de Libra, no Brasil. De acordo com o jornal russo Vedomosti, Christophe de Margerie voltava de uma reunião com o primeiro-ministro russo Dmitri Medvedev, em que tratou dos investimentos estrangeiros no país, que sofre sanções europeias e americanas por conta da crise na Ucrânia. Ele era um dos grandes parceiros do Estado russo no setor petrolífero.

Além de Margerie, estavam a bordo do avião três tripulantes franceses, informou a Total em comunicado. As caixas-pretas do avião já foram recuperadas por especialistas e a França enviou três técnicos para ajudar na investigação do acidente. A promotoria de Paris abriu um inquérito por homicídio culposo – sem intenção de matar.

O acidente ocorreu pouco antes da meia-noite de segunda-feira (20), em Paris, 2h da manhã de terça-feira em Moscou. Após se chocar contra o limpa-neve enquanto decolava, o avião pegou fogo e parece ter explodido, já que destroços foram encontrados a 200 metros do local. As condições meteorológicas eram ruins, com forte neblina e visibilidade reduzida a 350 metros. Segundo a comissão de investigação russa, o condutor do limpa-neve estava  bêbado.

Repercussão

O presidente francês, François Hollande, lamentou a morte de Margerie, que, de acordo com ele, "defendia com talento e excelência o sucesso da tecnologia francesa no exterior", além de ser um importante incentivador de iniciativas culturais.

O primeiro-ministro Manuel Valls afirmou que a França perdeu um "gigante da indústria". Do lado russo, Vladimir Putin expressou suas condolências e elogiou o comprometimento do executivo, não só como homem de negócios, mas também nas relações bilaterais entre a França e a Rússia.

40 anos na empresa

Diplomado pela Escola Superior de Comércio de Paris e filho de diplomatas, Christophe de Margerie começou a trabalhar na Total em 1974, quando o grupo ainda se chamava Companhia Francesa de Petróleo. Foi galgando postos na empresa até chegar a diretor executivo, em 2007. Esteve envolvido em diversos casos polêmicos, o mais famoso deles o Petróleo por Comida, em que a Total foi acusada de suborno de agentes públicos no Iraque durante o governo de Saddam Hussein. Ninguém foi punido ao final de oito anos de investigação.

Margerie tinha três filhos e era chamado de Bigodão por seus colegas de empresa. No meio político, não era considerado nem de direita, nem de esquerda. Possuía amigos nos dois campos, mas principalmente no Palácio do Eliseu, sendo bastante próximo do presidente François Hollande.

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