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França/racismo

Prefeito francês recusa enterro de bebê cigano em cemitério municipal

Um prefeito francês se recusou a organizar o enterro de um recém-nascido cigano no cemitério municipal, de acordo com uma associação de defesa da minoria na França. Christian Leclerc, que administra a cidade de Champlan, na região parisiense, alegou que o atestado de óbito do bebê foi retirado em outro município.

Assentamento ocupados por ciganos na França
Assentamento ocupados por ciganos na França Charlie Dupiot
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Segundo Loïc Gandais, presidente da Associação de solidariedade com as famílias ciganas e romenas (ASEFRR), a decisão do prefeito foi "puramente racista". O caso já havia sido divulgado pelo jornal Le Parisien. "Isso é racismo, xenofobia e estigmatização", declarou o representante. O bebê, uma menina chamada Maria Francesca, nasceu no dia 14 de outubro e faleceu da chamada Síndrome da morte súbita do lactante, na noite do dia 25 de dezembro na rua, nos braços da mãe.

Ela chegou a ser transportada de ambulância para um hospital, mas já estava morta. Os pais então pediram a uma funerária local que obtivesse uma autorização para enterrá-la no cemitério municipal de Champlan, onde vivem, mas o prefeito se recusou a realizar a cerimônia. De acordo com o gerente da funerária, Julien Guenzi, ele não deu maiores explicações.

Ao Le Parisien, o prefeito alegou que a manutenção dos túmulos no cemitério custam caro e a prioridade é dada àqueles "que pagam impostos na cidade." A menina morava em uma favela com sua família e outros 80 ciganos, sem água ou eletricidade. Os pais, segundo a associação, vivam há pelo menos oito anos na França.

Bebê será enterrado na cidade vizinha

A família poderá enterrar a menina apenas nesta segunda-feira, na cidade de Wissous, a cerca de sete quilômetros de Champlan, depois de uma cerimônia que ocorrerá às 11h na igreja Saint-Paul de Massy. “Por questões humanitárias, não podíamos deixar essa situação como estava”, disse o prefeito da cidade, Richard Trinquier. "Não temos direito de aumentar ainda mais a dor de uma mãe que carregar seu filho durante nove meses e o perde a dois meses e meio".

 

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