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Israel/França

Vítimas de ataque à mercearia judaica de Paris são enterradas em Israel

O enterro dos quatro mortos no atentado à mercearia Hipercacher, na Porta de Vincennes, em Paris, aconteceu nesta terça-feira (13), em Israel. A cerimônia começou pouco depois do meio-dia, pelo horário local (6h em Brasília) no cemitério do Har Ha-Menuhot, ou Monte do Descanso, em Jerusalém. A França foi representada pela ministra da Ecologia, Desenvolvimento Sustentável e Energia, Ségolène Royal. O presidente israelense, Reuven Rivlin, denunciou em seu discurso no funeral “a volta do antissemitismo à França.”

Funeral em Israel das vítimas do atentado contra uma mercearia judaica de Paris.
Funeral em Israel das vítimas do atentado contra uma mercearia judaica de Paris. REUTERS/Nir Kafri
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Daniela Kresch, correspondente da RFI em Israel

O enterro de Philippe Braham, Yohan Cohen, Yoav Hattab eFrançois Michel Saada, as quatro vítimas do ataque à mercearia judaica de Paris, foi transmitida ao vivo nas TVs e rádios de Israel. A mais alta cúpula de Israel, desde o presidente Reuven Rivlin ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, passando por ministros e autoridades locais, assistiu ao funeral.

O governo francês enviou à cerimônia a ministra da Ecologia, Desenvolvimento Sustentável e Energia, Ségolène Royal. Ela afirmou que representa a nação francesa em homenagem aos quatro mortos e disse que “a dor dos parentes é a dor da França como um todo.” Royal ainda disse que “não há lugar para o antissemitismo na França e que o governo francês está determinado a lutar energicamente contra atos visando os judeus no país.”

A ministra francesa entregou aos parentes das vítimas medalhas da Ordem Nacional da Legião de Honra, a mais alta condecoração da República Francesa.

Jerusalém é Charlie

Em homenagem às vítimas, a prefeitura de Jerusalém espalhou pela cidade cartazes pretos com as palavras: “Jerusalem Charlie”, em lembrança às 12 vítimas do jornal satírico Charlie Hebdo.

Segundo a tradição judaica, os quatro corpos dos mortos foram envoltos em panos litúrgicos judaicos chamados “talit”, e não foram colocados dentro de caixões. A prece fúnebre tradicional, o Kaddish, foi proferida pelo rabino-mor de Israel, Yitzhak Yossef.

O filho de François Michel Saada, de 64 anos, ascendeu a primeira vela do lado do prefeito de Jerusalém, Nir Barkat. Ele afirmou que seu pai amava Israel e que certamente estaria feliz se soubesse que seria enterrado no país.

Muito emocionada, Valerie Braham, mulher de Philippe Braham, de 40 anos, falou em hebraico, dizendo que seu marido pensava nos outros antes de si mesmo. O pai de Yoav Hattab, de 21 anos, rabino-mor da Tunísia, foi o próximo a acendeu uma vela e lembrar do filho. Mégane, a irmã de Yohan Cohen, de 22 anos, foi quem acendeu a última tocha.

Antissemitismo na França

Em discurso, o presidente Reuven Rivlin disse que os quatro mortos foram assassinatos a sangue frio numa sexta-feira de manhã, às vésperas do Shabbat, o sábado judaico, só porque eram judeus. Segundo Rivlin, o terrorismo “não distingue entre sangue judeu ou não, mas é impossível ignorar a volta do antissemitismo à França” e pediu ao governo francês que proteja os judeus do país. O presidente disse “ser inaceitável que os judeus tenham medo de andar tranquilamente nas ruas da Europa”.

Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Islã radical é inimigo de toda a Humanidade e pediu para que o mundo todo se una contra esse perigo. Netanyahu falou que Israel estará sempre aberto para todos os judeus, mas que eles têm direito de viver, com segurança, onde quiserem.

Depois da cerimônia oficial, os parentes e amigos dos mortos saíram em procissões para acompanhar o enterro dos corpos no cemitério.

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